Este texto foi enviado antes de se saber o resultado das eleições. Consiste numa dezena de pedidos que aqui deixo ao próximo Governo, seja ele qual for. Aqui vão:
- Não passem as culpas a nenhum governo anterior. Ao fim de cinquenta anos de vivência democrática o passa-culpas tornou-se um pouco ridículo. Por exemplo, já todos sabemos que não há dinheiro e se alguém não sabia, não possui o discernimento necessário para estar no Governo. Como desculpa política tornou-se fraca.
- Procure, com a necessária boa vontade dos diferentes agentes, paz social. Estas greves sucessivas matam o futuro e prejudicam sobretudo os mais pobres.
- Emagreça o Estado. Há Estado a mais em todo o lado. Burocracia a mais. Observatórios, institutos. Que haja menos Estado e um Estado mais servidor.
- Decida o que já devia ter sido decidido. Já falta paciência para ouvir falar do novo aeroporto e da seca no Algarve – aceite que as alterações climáticas são uma realidade. Decida-se, mas em nome do interesse público e não de vontades particulares.
- Cuide dos mais jovens e dos mais velhos. Uma sociedade que não cuida destes grupos é uma sociedade sem esperança. A imigração dos jovens é uma condenação que impomos a nós mesmos.
- Ponha a funcionar o elevador social. Uma sociedade que condena os pobres à pobreza é uma sociedade sem esperança.
- Liberte as forças do setor privado em vez de passar a vida a condenar os ricos. Ou seja, concentre-se em acabar com a pobreza e não com a riqueza.
- Não entre no jogo da polarização, demonizando o adversário.
- Apoie os democratas do mundo; seja intolerante com os novos autocratas de diversas cores.
- Por fim mas não por último, cuide das instituições, procedendo à sua despartidarização. Os sinais têm sido maus.
Para a semana trago um desejo para os partidos. Ao novo Governo, seja ele qual for, desejo boa sorte. Para nosso bem.
