Focada no ensino e investigação das temáticas da Diversidade e Inclusão, Trabalho e Família, Jenny M. Hoobler é licenciada pela Universidade do Kentucky mas é na Nova SBE que assume o cargo de diretora científica do Nova SBE Leadership for Impact Knowledge Center.
Na sua investigação, a propósito dos confinamentos, em resultado da Pandemia, a professora de Gestão apela aos efeitos da domesticidade sobre as mulheres trabalhadoras e a importância do papel cuidador da família ser igualitariamente repartido entre homem e mulher.
Jenny Hoobler partilha com a Líder a sua visão em tornar a Diversidade e Inclusão evidente nos processos de recrutamento e na dinâmica das empresas.
O ano 2023 é um ano decisivo para as lideranças fazerem um reset e reinventarem os seus negócios. As políticas de inclusão e diversidade serão mesmo postas em prática ou não passam de meras intensões?
Concordo que o ano 2023 é um momento decisivo para a diversidade e inclusão. Em muitas geografias, o aumento do populismo nacional e do sentimento anti-imigração significa que os esforços de diversidade e inclusão estão sob ataque nas nossas sociedades e organizações. Muitas organizações estão a adiar esse tipo de esforços devido ao clima político, mas a minha percepção é que as melhores organizações reconhecem que a diversidade veio para ficar e vão-se centrar nos benefícios que a diversidade pode trazer, tais como o aumento da criatividade e a geração de climas organizacionais positivos.
O caminho pela igualdade é longo e ainda vai levar tempo. Há erros que estão a ser repetidos?
Os erros serão sempre repetidos. O caminho para a igualdade é, de facto, longo e não linear. Compreender a melhor forma de promover a diversidade e a igualdade envolve tropeços para todos nós. Mas manter o rumo é essencial. Nos Estados Unidos, vejo o erro de se repetirem processos color-blind (cegueira à cor) onde as organizações pensam que, se ignorarem a raça e a etnia das pessoas, os grupos diversos ainda farão parte de universidades e contratados por organizações. No entanto, os erros do passado dizem-nos que não focar na diversidade não leva à diversidade. Nesta era em que a discriminação ainda é vivenciada, corrigir a discriminação do passado requer prestar atenção à demografia das nossas organizações.
Qual o papel das lideranças nesta nova jornada para uma liderança sensitiva?
Os líderes precisam dar o exemplo desde o topo. A Diversidade e a Inclusão nunca podem ser deixadas de lado ou cingir-se ao papel do Chief Diversity Officer. Os líderes precisam de ampliar as suas responsabilidades para garantir que a diversidade e a inclusão estejam presentes em todas as funções.
O que podemos esperar da sua participação na Leadership Summit Portugal?
Espero partilhar algumas das minhas pesquisas sobre o business case para a diversidade, especialmente o de ter mais líderes mulheres. Embora o caso seja uma ideia útil para envolver as pessoas na contratação de quem não se pareça com os líderes anteriores, é o momento de se avançar para além deste tipo de argumentos.
Uma mensagem de esperança para o renascimento do caos.
A diversidade envolve-nos a todos. A partir de onde estamos, todos temos a responsabilidade de liderar o tema da Diversidade e Inclusão.
Jenny Hoobler, vai marcar presença na Leadership Summit Portugal, no Debate “A nova jornada para uma liderança sensitiva”, que vai acontecer no próximo dia 26 de outubro, no Casino Estoril. Sob o tema «Reborn From Chaos – The Path For a New Renaissance», o evento reúne oradores nacionais e internacionais num programa marcado por intervenções e debates focados nos desafios da transição digital, sustentabilidade, igualdade e inclusão.
Mais informações disponíveis no site: www.leadershipsummitportugal.com