É claro o investimento crescente das empresas em benefícios para os seus colaboradores. Mas onde fica o processo de onboarding neste plano de desenvolvimento profissional e valorização pessoal? Nem só de trabalho vivem as equipas e é fundamental apostar, desde início, num processo de integração completo e que acrescente valor a cada novo profissional que se junta à organização.
A transformação dos modelos de trabalho desafia as organizações a reverem, de forma constante, os melhores modelos para desenvolver o onboarding de talento. Com modelos de trabalho híbridos a ganharem cada vez mais destaque, é importante garantir que os processos de integração não são descurados, de modo a tornar a entrada na organização em algo valioso para o colaborador, para os seus resultados e para o seu crescimento – não só profissional como também pessoal.
Por um lado, é neste processo de acolhimento que os colaboradores têm o seu primeiro contacto com a missão e valores da empresa. Esta é, por isso, uma fase fundamental para enquadrar os novos profissionais no modelo de trabalho, nos objetivos globais e no propósito (ou why) partilhado por cada uma das equipas. Conversas informais, atividades de team building, sessões técnicas e outras de participação voluntária compõem o que acreditamos ser uma experiência de onboarding verdadeiramente completa. No fundo, o onboarding é a casa de partida numa nova experiência profissional, onde a absorção da cultura (além dos aspetos técnicos da função) é essencial para levar a carreira a bom porto – no que se espera ser uma relação duradoura e proveitosa para ambas as partes
Por outro, há uma relação muito estreita entre um bom processo de onboarding e a produtividade dos colaboradores. Como mostra a Northpass, um acolhimento bem implementado pode aumentar a produtividade do talento recém-chegado em 70%. Além disso, segundo a Bamboo HR, este processo bem estruturado pode elevar o compromisso de novos colaboradores com a organização até 18 vezes mais: na prática, isto significa que os profissionais colocam não só maior ênfase na forma como produzem, mas também no valor que agregam à empresa.
O investimento num bom processo de onboarding será sempre menor do que o custo da perda dos colaboradores, e o mesmo estudo mostrou que 60% das empresas que estruturam esta fase têm um aumento contínuo de receitas. Acredito que devemos, enquanto gestores de talento, continuar a otimizar a forma como fazemos este acolhimento, escutando também o feedback de quem participa nos processos, reunindo sugestões de otimização e transformando a integração a par e passo com o que maior valor agrega aos profissionais.
Mais que uma tarefa a cumprir e riscar da lista, o onboarding de colaboradores deve ser desenvolvido como parte integrante de uma estratégia completa – encarando-o como um processo dinâmico, que se prolonga no tempo e que não está circunscrito apenas a um momento inicial. Ao desenhar um processo mais completo e de acordo com as necessidades, curiosidades e especificidades de cada colaborador, contribuímos para a sua identificação com a organização, para elevar os resultados de forma global e para reter o talento na organização desde o primeiro dia. A chave para o sucesso é acompanhar as nossas pessoas desde o seu primeiro dia.