Cerca de 81% dos profissionais de RH está em burn-out e 62% considera deixar o setor. E os líderes empresariais ainda veem o papel dos RH como administrativo.
Estas são parte das principias conclusões de uma nova análise “The changing face of HR in 2024”, que considerou as opiniões de líderes seniores de RH e executivos de alto nível na África do Sul, Alemanha, Canadá, Espanha, EUA e Reino Unido, realizada pela Sage.
Reformular a área de RH
Os resultados mostram o desafio que as equipas de RH enfrentam para convencer as organizações do poder da moderna função “People” (Pessoas). Nesse sentido, cerca de 92% dos executivos C-level acredita que o valor percebido dos RH é um desafio para a área.
Este pode ser um alerta para a reformulação do setor de RH – 73% dos líderes de RH e 85% dos executivos C-level afirmam que o termo “Recursos Humanos” está desatualizado. Para além disso, 91% dos líderes de RH diz que o campo de ação das suas funções mudou drasticamente nos últimos anos.
Contudo, a maioria dos executivos de topo (63%) ainda vê o papel dos RH como administrativo – e menos de metade (39%) dos líderes de RH acredita que os colaboradores entendem o que estes profissionais fazem.
O estudo revela ainda que muitos líderes empresariais não esperam que os RH desempenhem um papel de liderança em áreas-chave que tradicionalmente estariam no seu escopo de trabalho, como o planeamento das equipas e da cultura da empresa.
O futuro dos RH
Questionados sobre quais vão ser os principais desafios para os RH no próximo ano, os líderes de RH preveem que serão os orçamentos limitados (90%), a falta de recursos (89%) e a falta de apoio da equipa de liderança (83%) – para além da carga de trabalho.
Destaque para alguns fatores importantes para a profissão ser bem-sucedida: o aumento das capacidades de RH (42%), mais know-how tecnológico (40%) e um maior investimento em especialidades (37%), como exemplo, profissionais especialistas em Diversidade & Inclusão.
Quanto às principais prioridades de RH em 2023, os líderes de RH e os executivos C-level concordam que a gestão de talento deve estar no topo da lista. Igualdade, inclusão e diversidade e a saúde e bem-estar dos colaboradores também figuram em destaque para os líderes de RH; enquanto os executivos C-level acreditam que os RH devem focar-se mais no crescimento financeiro, na eficiência e na produtividade.
Os líderes de RH são muitas vezes os heróis desconhecidos de uma organização, mas nos últimos anos têm demonstrado, mais do que nunca, a sua influência, visibilidade, agilidade e impacto. Considerando a escassez aguda de talento e os fenómenos da ‘grande demissão’ e do ‘quiet quitting’ que muitas organizações enfrentam, os seus líderes precisam de dar prioridade ao investimento em tecnologia e aumentar as qualificações das equipas de RH. O setor tem de adotar tecnologia que liberte os profissionais de RH das tarefas administrativas e os capacite para se focarem mais na estratégia, ajudando as empresas e os colaboradores a atingirem as suas metas de crescimento e desenvolvimento.
Amanda Cusdin, Chief People Officer da Sage



