Na semana que antecede o Natal não há melhor tema do que revisitar a chamada trégua de Natal. Os outros assuntos podem esperar. A trégua de Natal é o nome dado a uma série de acontecimentos que ocorreram nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, no Natal de 1914, e que levaram ingleses e alemães a confrontar-se … futebolisticamente. Há registos de interrupção dos confrontos armados para troca de presentes e a realização de umas partidas de futebol. Caso ainda não tenha lido sobre a matéria pode começar com o vídeo disponível neste site: https://www.iwm.org.uk/history/the-real-story-of-the-christmas-truce
A trégua de Natal é um episódio emocionante porque mostra que é possível fazer crescer a beleza no meio do horror. Também ilustra o poder do envolvimento das pessoas nas causas em que acreditam. Estes soldados dos dois lados violaram os códigos para confraternizarem com o inimigo. Trocaram presentes e por instantes trouxeram de volta o espírito de Natal.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=File:Christmas_Truce_3.jpg&oldid=466140186”
Os combatentes em trégua não terminaram a guerra mas, acredito, legaram ideias cujo poder nos toca até hoje. Em primeiro lugar, algo muito esquecido nas nossas “guerras” polarizadoras, o respeito pelo outro: atrás do “inimigo” há uma pessoa como eu. Em segundo lugar o poder de associação: quando as pessoas se juntam podem fazer coisas que mudam o mundo. Eis por isso um pensamento para 2022: como sair do sofá para mudar o mundo?
Aos leitores da LÍDER Bom Natal.
Por Miguel Pina e Cunha, diretor da revista Líder