No âmbito do projeto Ecossistemas dos Ambientes de Trabalho Saudáveis (EATS) para avaliar as condições de saúde e estilos de vida dos profissionais e de que forma as organizações são ecossistemas promotores da saúde e bem-estar, o contributo da Dra. Claúdia Matos Franco da CERCITOP e da Dra. Beatriz Sambade da DOMUS VI são os casos divulgados na rubrica da Líder: Healthy Workplaces.
Todas as semanas, uma organização, das mais de 40 que integram o projeto, partilha reflexões e práticas de ambientes de trabalho saudáveis em diferentes setores e atividades.
Os profissionais de organizações que cuidam de pessoas idosas ou com dificuldades ao nível da saúde e autonomia realizam um trabalho muito exigente ao nível físico, psicológico e social pode envolver maiores riscos psicossociais no trabalho. Esta semana contamos com a partilha da Dra Claudia Matos Franco diretora de recursos humanos na CERCITOP uma organização sem fins lucrativos que desenvolve atividade na área da prestação de cuidados e apoio a qualquer pessoa com dependência ou incapacidade, contamos também com a experiência na Dra. Beatriz Sambade que se dedica à Gestão de pessoas e de desenvolvimento no âmbito de definição de procedimentos e práticas comportamentais de excelência relacionadas com o desenvolvimento de equipas: contratação, recrutamento, retenção e formação na DOMUS VI.
A promoção de locais de trabalho saudáveis numa organização sem fins lucrativos é um árduo desafio que exige muita criatividade
CERCITOP
A promoção de locais de trabalho saudáveis numa organização sem fins lucrativos é um árduo desafio que exige muita criatividade. A CERCITOP, com um quadro de 226 colaboradores, é uma Cooperativa fundada em 1999, que desenvolve a sua atividade na área da saúde e apoio social. É um sector muito sensível, onde os comportamentos éticos devem nortear as ações de todos os que trabalham com, e para as pessoas, sendo crucial ter uma visão estratégica de recursos humanos focada no desenvolvimento das competências pessoais. Ouvir, responsabilizar e reconhecer são os principais verbos que consideramos para uma política de recursos humanos gratificante e sustentável. Para proporcionar um ambiente de trabalho saudável, é importante refletir sobre a cultura organizacional e sobre as diferenças interpessoais. A cultura da CERCITOP é a sua identidade, e um verdadeiro agente de união. Quanto às diferenças interpessoais, cada colaborador é único, e justamente por isso possuidor de características singulares, com as quais contribui diariamente e são exatamente as diferenças entre os colaboradores que exigem uma Coordenação competente de forma a conseguir-se gerar sinergias acrescidas e a otimizar-se os esforços individuais. Quando a Coordenação motiva e detalha ao pormenor, as capacidades e competências concretas para o alcance de um desempenho de excelência; quando cada colaborador entende bem o que se espera de si e sente-se envolvido e valorizado, o seu dia de trabalho conjuga-se harmoniosamente com a missão da organização e há sem dúvida muita vontade em voltar amanhã ao trabalho. Para a promoção de um ambiente de trabalho saudável, as nossas ações passam pela atribuição do subsídio de refeição e oferta gratuita da alimentação nos nossos refeitórios; possibilidade do colaborador solicitar temporariamente refeições para o agregado familiar quando estão a passar por dificuldades; adiantamentos salariais; prémio de desempenho mensal; prémio de integração nas categoriais mais difíceis de recrutar; possibilidade de redução de horário de trabalho; Formação Outdoor e Team Building para reforço do espírito de equipa e coesão grupal; acompanhamento regular através de reuniões de reflexão sobre o desempenho e análise dos fatores psicossociais do trabalho; acolhimento de vários estágios curriculares com futura possibilidade de integração nos quadros; pagamento na íntegra de pós-graduações, mestrados ou cartas de condução; possibilidade de progressão para cargos de Coordenação; descontos na nossa clínica em massagem de relaxamento e sessões de fisioterapia bem como terapias diversas para os filhos dos colaboradores; outras regalias devido a parcerias e protocolos, nomeadamente descontos em farmácia ou agência de viagens; formação primordial durante o processo de integração sobre levantar pesos, fazer transferências ou posicionamentos; aulas gratuitas de reforço muscular para prevenção de lesões e dores; encaminhamento para consulta de psicologia gratuita; organização de caminhadas; informações motivadoras para o colaborador utilizar as escadas, poupar água e desligar as luzes ou o aquecimento quando não é necessário; envolvimento em ações de solidariedade na compra e venda de produtos produzidos pelos nossos clientes; oportunidade de vivenciar um dia de trabalho em categorias similares. Essencialmente, a segurança, sentido de pertença, satisfação com o trabalho, justiça social, autoestima e autonomia são as palavras-chaves para a permanência do colaborador. E desta forma, temos sem dúvida alguns dos melhores profissionais do setor, que todos os dias se desafiam e contribuem ativamente para o sucesso da CERCITOP.
Por Cláudia Matos Franco – Diretora de Recursos Humanos da CERCITOP, CRL
A diversidade permite a partilha e complementaridade de experiências e práticas, sob perspetivas diferentes.
DOMUS
Acreditamos, como organização, que as pessoas são o foco do trabalho. Neste sentido, a arte de cuidar passa por cuidar dos cuidadores, para além dos nossos clientes.
Somos todos cuidadores e utilizamos esta terminologia precisamente por isso, porque valorizamos o cuidar das nossas pessoas.
A escolha das equipas baseia-se numa política orientada para a contratação sem termo, visto que consideramos importante proporcionar estabilidade aos profissionais. A segurança é uma premissa fundamental para o bem-estar de todos os nossos cuidadores.
Parece-nos essencial constituir uma equipa heterogénea, em experiência e em formação, promovendo, por um lado, a contratação de perfis que possam desenvolver-se connosco, como também perfis mais seniores. Esta diversidade permite a partilha e complementaridade de experiências e práticas, sob perspetivas diferentes.
Promovemos uma estrutura horizontal, na medida em que as equipas de gestão das Unidades são próximas das equipas operacionais. Há proximidade suficiente para o report de informações importantes, existindo bom ambiente e confiança. Não existem relações em gabinetes de porta fechada. Nesse sentido, damos valor ao reforço positivo, sendo prática regular da nossa organização.
Fazemos formações regulares aos cuidadores, para que possam evoluir não apenas profissionalmente, mas também na sua vida pessoal.
Consideramos fulcral a gestão da autonomia – as equipas têm autonomia para executar as suas tarefas, tendo, por isso, também responsabilidade.
Os nossos cuidadores são a cara do negócio e devem estar conscientes disso. O acompanhamento das equipas de gestão é fundamental.
Por outro lado, também existe flexibilidade – todos somos pessoas e todos temos uma vida, e às vezes precisamos de realizar tarefas dentro do horário laboral. Há flexibilidade das chefias para isso.
Acreditamos que escutando as equipas, envolvendo-as e permitindo estabilidade de vínculos, estamos a criar condições para um ambiente de maior satisfação e isso traz uma filosofia mais completa e um maior enriquecimento às equipas, à DomusVi.
Por Beatriz Sambade – Gestão de Recursos Humanos na Domus Vi Portugal