A pandemia mudou o mundo como o conhecíamos até então. Este ponto de viragem, tornou-nos pessoas mais conscientes e empáticas, e mais sensibilizadas para questões climáticas e humanitárias. Quando deflagrou a guerra na Ucrânia, em fevereiro deste ano, a população uniu-se, e ajudou o povo ucraniano como pôde. Além disso, os governos europeus têm também exercido sanções ao país agressor, e muitas organizações do setor privado cessaram atividade na Rússia.
Cinco meses após o começo do conflito, e com o objectivo de fazer um ponto da situação, o encontro “Reshaping Europe – from Grassroots to Government, with people at the center”, juntou Gillian Triggs, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Ievgeniia Bodnya, membro da equipa Support Ukraine Now, uma iniciativa da Global Shapers, Dinara Habibullaieva, membro do conselho municipal de Kyiv e Punit Renjen, CEO da Deloitte que promoveu este debate.
Nas palavras do responsável, “Não há dinheiro suficiente nos governos para ajudar a resolver esta crise sozinhos. As organizações têm de se chegar à frente.” A consultora internacional conta com 4500 colaboradores na Ucrânia, e tem vindo a dar apoio desde Fevereiro. Conseguiu evacuar 200 colaboradores e respetivas famílias, e para os que permanecem no país, continuou a pagar os salários.
Dinara Habibullaieva acrescenta: “Kyiv está no coração da Europa, e estamos a lutar não só pela Ucrânia, mas por todos os europeus. Estamos a dar as nossas vidas por um futuro sem a influência de Putin.” O conselho municipal de Kyiv de momento a dar o apoio que consegue aos militares que combatem na guerra, providenciando armas e alimentos que vão conseguindo angariar de apoio externo internacional. “Além disso estamos a tentar reconstruir a Ucrânia, a dar novos nomes às ruas, e a excluir cidades que estão relacionadas com a Rússia, estamos focados na nossa cultura, na identidade ucraniana.”
Ievgeniia Bodnya, membro da Iniciativa Global Shapers, “Support Ukraine Now”, foca-se em arranjar ajuda sustentável de parceiros internacionais diretamente para ucranianos que ainda residem no país. Uma das iniciativas incide na implementação de novos negócios na Ucrânia, para potenciar a economia e dar à população um salário. Para isso, é necessário que organizações privadas colaborem com o projeto.
Concluindo, Gillian Triggs reforçou que a crise dos refugiados já mobilizou 5,5 milhões de pessoas, o maior número desde a Segunda Guerra Mundial. Instituições de apoio a refugiados necessitam mais que nunca de financiamento para apoiar as pessoas que ficaram sem casa e sem família. A Agência de Refugiados das Nações Unidas “apoia os ucranianos através de complementos em dinheiro, e tentam proteger as mulheres que são vítimas de tráfico sexual”.