Nos últimos anos, o ecossistema de startups em Portugal tem passado por uma transformação significativa, posicionando-se como líder em vários setores de ponta, nomeadamente nas áreas de Web3 e Blockchain, Fintech, Inteligência Artificial (IA), Gaming, Hidrogénio Verde, Inovação Social, Economia Azul e Biotecnologia.
A rede abrangente de aceleradoras, incubadoras, recursos e mentoria, assim como uma série de políticas e programas de apoio financeiro, têm marcado o ambiente de empreendedorismo nacional, impactando positivamente o ecossistema. Falo, por exemplo, de iniciativas como o Startup Visa e o programa de E-Residência – que facilitam a entrada de empreendedores internacionais, oferecendo um ambiente regulatório favorável e incentivos fiscais significativos -, mas também de iniciativas como o Portugal Inovação Social 2030, a nova Lei das Startups e o programa 200M Co-Investment Fund.
No que respeita a tendências, estas são algumas das que se têm vindo a evidenciar no mundo das startups portuguesas:
- Inovação tecnológica e digitalização
As startups estão a integrar cada vez mais tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Blockchain, Realidade Virtual (VR) e Internet of Things (IoT) para impulsionar a transformação digital e adaptar os seus modelos de negócio. - Atração e retenção de talento
Programas de upskilling e reskilling, juntamente com iniciativas como Startup Visa, estão a atrair e reter talento em Portugal. - Sustentabilidade e responsabilidade social
Estes têm passado a ser focos centrais, com as startups a terem em conta soluções que contemplem a inovação social e ambiental. - Crescimento dos hubs de inovação
Para além da capital, zonas como Norte e Algarve têm emergido como principais hubs de inovação, com várias incubadoras e aceleradoras de topo a fomentar o crescimento das startups.
Da mesma forma, alguns modelos de negócio têm vindo a ganhar destaque no panorama nacional, nomeadamente:
- Modelos de subscrição
As startups estão a adotar estes modelos para fluxos de receita estáveis e fidelização de clientes. Este modelo é prevalecente nos setores de software, media e e-commerce. - Modelos de plataforma
Ligando múltiplos stakeholders, os modelos de plataforma estão a florescer no e-commerce e no ride-sharing. As startups beneficiam dos efeitos de rede, aumentando o valor da plataforma. - Modelos freemium
Amplamente utilizados em produtos SaaS (Software as a Service), os modelos freemium permitem às startups atrair uma grande base de utilizadores e convertê-los em clientes pagantes ao longo do tempo. - Modelos direct-to-consumer (D2C)
Eliminando intermediários, os modelos D2C oferecem maior controlo sobre a experiência do cliente e valiosos insights de dados. São populares nos setores da moda, beleza e eletrónica de consumo. - Modelos de impacto social
As startups focadas em resultados sociais e ambientais positivos estão a ganhar popularidade. Estes modelos abordam questões como as alterações climáticas e o acesso aos cuidados de saúde, atraindo consumidores éticos.
Par a par com as últimas tendências de inovação tecnológica e dotadas de talento ímpar, não tenho dúvidas de que as startups portuguesas se encontram bem posicionadas para competir a nível global e enfrentar os desafios do futuro. É notório que o nosso país se tem afirmado cada vez mais como um destino atraente para empreendedores, casa para um ecossistema dinâmico e resiliente que ainda irá dar cartas aos mais diversos níveis.