Até 2027 espera-se que o e-commerce represente 41% das vendas globais no retalho, com uma taxa de crescimento anual de 9%, o que representa mais do dobro do crescimento projetado para o retalho tradicional de 4%.
Após uma significativa aceleração das vendas online durante a pandemia, os negócios de retalho e de bens de consumo enfrentaram um abrandamento do crescimento em 2022, que representou 3% na Europa e 7% nos Estados Unidos e na Ásia.
E embora os consumidores estejam a regressar às lojas físicas, prevê-se que o comércio eletrónico constitua 41% das vendas globais de retalho até 2027, um aumento significativo em relação aos 18% registados em 2017.
Estas são parte das principais conclusões do estudo “Winning Formulas for E-Commerce Growth”, elaborado pela Boston Consulting Group (BCG). A investigação, feita no segundo trimestre de 2023, considerou um inquérito a 410 retalhistas e 415 empresas de bens de consumo em todo o mundo com receitas que variam entre os 50 milhões e os mais de 10 mil milhões de dólares.
Os vencedores e os retardatários do comércio eletrónico
O inquérito centrou-se em seis critérios diferentes que podem servir como indicadores-chave do nível de maturidade de cada organização em relação ao comércio eletrónico: investimentos digitais em relação ao total de vendas; número de iniciativas de apoio ao e-commerce; número de iniciativas, maturidade tecnológica; estrutura da organização; agilidade da equipa.
Os inquiridos foram divididos em grupos de “vencedores” (empresas que comunicaram um crescimento pós-pandemia superior a 30% ao ano e que estão confiantes em registar um crescimento igual ou superior até 2027) e “retardatários” (organizações que comunicaram um crescimento pós-pandemia igual ou inferior a 10% ao ano e que não estão confiantes quanto ao futuro crescimento do seu comércio eletrónico).
Os vencedores representavam 27% dos retalhistas e 20% das empresas de bens de consumo, sendo que 21% dos retalhistas e 25% das empresas de bens de consumo inquiridas eram retardatários.
Embora o comércio eletrónico esteja gradualmente a voltar à sua trajetória pré-pandemia, o panorama sofreu uma transformação notável e duradoura. A rivalidade entre os novos operadores e os já estabelecidos aumentou, impulsionada pelos padrões de compra dos Baby Boomers e da Geração X, que, coletivamente, exercem uma influência substancial nas vendas de comércio eletrónico atuais
Martin Barthel, sócio e diretor executivo da BCG e coautor do estudo
Nos domínios do retalho e dos bens de consumo, a lacuna entre os pioneiros do e-commerce e os que ficam para trás é inconfundível, mas continua a poder ser colmatada. Muitos mercados e categorias ainda estão, na verdade, a anos de distância da maturidade total do comércio eletrónico, com ventos favoráveis suficientemente fortes para justificar o investimento de mais capital e recursos em capacidades e organizações vencedoras
Robert Derow, líder da BCG para o crescimento digital na América do Norte e coautor do relatório