Se há alguém bem preparado para combater a COVID-19 é o cofundador da Microsoft Corporation Bill Gates através da Fundação que criou com a sua mulher Melinda Gates, diz a CEO Magazine num artigo sobre como os mais ricos estão a combater a crise do coronavírus. A Bill & Melinda Gates Foundation tem estudado os riscos de pandemia e há anos que Bill Gates alerta sobre o potencial prejuízo para a sociedade em geral.
Em 2015, Gates fez uma palestra TED Talks a explicar como o mundo estava mal preparado para o próximo surto, dando o exemplo de como atravessamos a crise do Ébola em 2014, graças a profissionais de saúde altruístas e – mais importante – a um golpe de boa sorte. Da próxima vez, profetizou, não teríamos tanta sorte. Acertou em cheio.
Gates está confiante de que, com a rápida implementação da sua abordagem em três frentes, o mundo poderá em breve ser libertado do domínio mortal da COVID-19. Descrito num artigo de opinião do The Washington Post, o primeiro passo do plano de Gates identifica a necessidade de um lockdown consistente.
Em seguida, defende a necessidade de testes mais eficientes. Os testes adequados permitirão uma compreensão firme de quantas pessoas estão realmente infetadas. Os primeiros a fazerem os testes devem ser as pessoas em funções essenciais, como as da assistência médica, seguidas de perto por pessoas altamente sintomáticas. Por fim, para vencer a guerra contra a COVID-19, Gates diz que é crucial adotar uma abordagem baseada em dados para o desenvolvimento de uma vacina. Gates acredita que os cientistas podem chegar à vacina em menos de 18 meses.
Em fevereiro, disse que a Fundação Bill & Melinda Gates contribuiria com até 100 milhões de dólares para a resposta global à COVID-19. O financiamento ajudará a fortalecer os esforços de deteção, isolamento e tratamento; proteger populações em risco em África e no sul da Ásia; e acelerar o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e diagnósticos.
Ofertas de outros líderes generosos
Além de Bill Gates, também Jack Dorsey, co-fundador e CEO do Twitter e da Square Inc tem mostrado a sua generosidade. O multimilionário prometeu um quarto da sua riqueza para ajudar a combater a COVID-19. A doação impressionante de mil milhões de dólares servirá, nas suas palavras, para inspirar outros a fazer o mesmo. “A vida é muito curta, vamos fazer tudo o que pudermos hoje para ajudar as pessoas agora”, terá dito no Twitter. Durante anos manteve as suas doações privadas enquanto filantropo, mas neste caso decidiu torná-las públicas.
O homem mais rico da China, Jack Ma, cofundador da Alibaba, prometeu doar 5,8 milhões de dólares a dois centros de investigação do governo chinês e ao Peter Doherty Institute na Austrália que estão a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina. A 19 de março, a Fundação Jack Ma e a Alibaba Foundation anunciaram uma doação conjunta de dois milhões de máscaras, 150 mil kits de teste, 20 mil conjuntos de equipamentos de proteção e 20 mil proteções faciais para quatro países do Sudeste Asiático. A 21 de março, comprometeu-se junto de 10 países da Ásia com 1,8 milhões de máscaras adicionais, 210 mil kits de teste, 36 mil roupas de proteção, além de ventiladores e termómetros. No dia seguinte, anunciou que mais dois milhões de máscaras, 400 mil kits de teste e 104 ventiladores seriam entregues a 24 países da América Latina. A Rússia recebeu mais de um milhão de máscaras faciais e 200 mil kits de testes de coronavírus. E no final de março, doava máscaras, testes e roupas de proteção a Portugal.
Bernard Arnault, presidente da LVMH, conhecido como o magnata dos artigos de luxo converteu três das fábricas do perfume LVMH em fábricas de gel desinfetante. O gel e, pelo menos, 40 milhões de máscaras foram fornecidas a França.
Marcas de luxo marcam presença
As maiores empresas de moda, jóias e beleza do mundo estão a fazer doações em dinheiro, bem como a substituir as suas linhas de produção habituais por artigos que fazem falta aos sistemas de saúde e populações.
Segundo a mesma publicação de negócios, cujos headquarters são em Sydney, na Austrália, a marca britânica Burberry, por exemplo, está a usar as fábricas de Yorkshire para produzir roupas e máscaras hospitalares. Esta casa de vestuário de luxo também está a financiar a investigação da vacina contra a COVID-19 que decorre na Universidade de Oxford e a fazer doações junto de instituições de caridade, como a FareShare e The Felix Project.
Com a mesma intenção de contribuir, apenas com espírito de dar sem querer receber retorno financeiro, as marcas Michael Kors, Versace e Jimmy Choo prometeram mais de 3 milhões de dólares para apoiar a luta contra o coronavírus, fazendo doações junto de vários hospitais e instituições de caridade em Nova Iorque, Milão e Londres, bem como para Fundo de Solidariedade da Organização Mundial de Saúde.
A marca de luxo Chanel é outra marca a produzir máscaras e batas para profissionais de saúde e para a Polícia. A casa de moda de luxo também está a doar grandes quantias de dinheiro aos serviços de emergência franceses e aos sistemas hospitalares em Paris. A marca de joalharia Tiffany & doou 1 milhão de dólares e, muitos outros, como Estée Lauder, Valentino, Moncler, Giorgio Armani, Prada, Hermès, Brooks Brothers, Saks Fifth Avenue, e Kering e Tod juntam-se a esta causa.