Portugal detém este ano a presidência da Rede Eureka, a maior rede pública mundial de cooperação internacional em I&D e Inovação, presente em mais de 45 países. E desenvolver Inovação para um planeta mais verde, digital e saudável é o mote do Global Innovation Summit (GIS), que entre ontem e hoje, acontece no Estoril.
O GIS 2022 é uma iniciativa da rede Eureka, que conta com a participação da Agência Nacional de Inovação (ANI), Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e AIR Center. Este ano os dois dias de trabalho irão focar-se em três temáticas: Tecnologia para um Planeta mais Verde, Transição Digital e Estratégia e Elaboração de Políticas.
O investimento em inovação é crucial para a criação de um ciclo virtuoso e prova disso foi ontem anunciado um novo memorando de entendimento, para além de reforçada a relação entre a rede Eureka e a Comissão Europeia, traduzida num financiamento de dois mil milhões de euros para programas de inovação.
O anúncio foi feito por Miguel Bello Mora, Presidente e CEO da presidência Portuguesa da Eureka, que ainda enfatizou nas notas de abertura do evento a adesão de dois novos países, Canada e Coreia, para além do acordo feito com o Brasil para os próximos três anos, que irá incluir um entendimento com as empresas brasileiras. A presidência portuguesa trouxe também um acordo com a Agência Espacial Europeia, para o desenvolvimento de novos programas relacionados com sustentabilidade.
Em Portugal, a rede internacional de inovação é representada pela ANI, cuja presidente, Joana Mendonça, definiu como “única a criar oportunidades de pesquisa e inovação orientadas para o mercado para alcançar um futuro mais sustentável.” E por isso a inovação é tão importante, é o “caminho que traz conhecimento ao mercado e que cria um ecossistema inovador” que pode até levar o Homem a Marte.
Jean-Eric Paquet, Diretor geral do Centro de investigação e inovação da Comissão Europeia, realçou o papel central da Europa e a sua força em inovação, referindo que “é na Europa que acontece a melhor ciência do mundo”. Destaque ainda para o Conselho Europeu de Inovação (EIC), que no âmbito do Horizonte Europa, lançou o segundo programa de trabalho para 2022. O EIC visa identificar e apoiar tecnologias e inovações revolucionárias com potencial para escalar internacionalmente e se tornarem líderes de mercado. Cerca de 70% de todo o orçamento é destinado às PME.
Pedro Nuno Teixeira, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, esteve presente em representação da Ministra Elvira Fortunato, referindo que “a inovação é uma força de transformação da sociedade” e que apesar de vivermos num mundo digital nada substitui a comunicação pessoal e a interação. Os desafios da inovação e sustentabilidade precisam do encontro entre empresas, académicos, policiy makers, instituições, entre outras. A inovação não é um “mundo distante e abstrato”, mas sim real e próximo de todos. Em Portugal, o apelo é ainda mais evidente com a receção da Cimeira dos Oceanos da ONU, em Lisboa. Tal como referiu o Secretário de Estado, “o oceano é historicamente um desafio para o nosso país” e por isso nos define e deve ser o nosso foco em termos de inovação e sustentabilidade.
Por Rita Saldanha