Vivemos tempos de exceção, de uma “tempestade perfeita”, entre a guerra na Europa, a pressão económica, uma crise sanitária que persiste e a fúria da natureza sempre sábia. Mas também vivemos dias extraordinários, em que a tecnologia se uniu ao Homem, a ciência e a medicina trouxeram esperança e as novas gerações levantam vozes e colocam o dedo nas feridas da discriminação e do estigma.
Colocámos o desafio: Que mundo queremos ter? Qual o caminho para um novo renascimento? Que lideranças precisamos? Como nos reerguemos do caos?
Joana Garoupa é Marketing Advisor da Planetiers World Gathering e autora do livro “Manual de Sobrevivência para o Mundo Corporativo”.
A especialista em marketing estratégico e comunicação responde:
O ano de 2023 vai ser um ano de definição e de verdade
Porque:
1 – Os consumidores não vão ter tempo para marcas
O tempo gasto pelos consumidores em media com publicidade caiu para 54,6% do total, a nível global. E este número deverá continuar a cair.
2 – Mas “arranjarão” tempo se as marcas se importarem com o Planeta
É mais provável que os consumidores apoiem marcas que invistam em temas sociais pelos quais tenham interesse. Quer isto dizer que fatores relacionados com o propósito das marcas, e com as suas preocupações sociais e ambientais são elementos competitivos e diferenciadores. Mas, atenção, não basta falar: os consumidores estão cada vez mais atentos ao impacto real e à verdade!
3 – Os consumidores não confiam nas marcas
A desconfiança é crescente: três quartos dos executivos a nível mundial dizem que se tornou mais difícil estabelecer uma relação de confiança desde a pandemia, de acordo com um estudo da Adobe.
4 – Mas confiam nos empregadores
Embora não confiem nas marcas, os consumidores parecem confiar nos próprios empregadores. No “2022 Edelman Trust Barometer”, o empregador saltou para o topo da lista relativamente às pessoas ou entidades em quem mais confiam, ultrapassando governos, media, redes sociais e publicidade.
5 – O preço estará no centro durante muito tempo
Muitas marcas evitam abordar o fator preço na sua comunicação, mas a verdade é que esta é, e será durante muito tempo, uma preocupação para os consumidores. Só nos Estados Unidos da América, dois terços afirmam que a subida dos preços/inflação é o seu maior receio. Só depois surgem questões como a violência com armas ou Covid.
Por isto, a inovação dará lugar ao pragmatismo e teremos de RE imaginar o consumo – serviços de aluguer e/ou venda em segunda mão, ao ponto de se poderem até tornar a norma. Não são apenas uma opção mais sustentável e rentável para os clientes, como também reduz o desperdício e permite, potencialmente, duplicar os lucros de um mesmo artigo.
2023 vai ser mesmo um ano de grandes oportunidades para as empresas e marcas – de encontrar a sua essência/relevância e diferenciarem-se por valores sustentáveis. Neste próximo ano, nunca foi tão essencial, (como diria o “nosso amigo” Dan Draper) – Make it simple but significant.