Aqui, @Sofia Calheiros & Associados, continuamos na senda de Leading from within™ e quando ouvimos dizer que a Inteligência Artificial veio para ficar – pensamos, e ainda bem! Mas há uma coisa, que dificilmente será substituída por complexos algoritmos AI ou machine learning, por mais espetacular que eles sejam – o fator humano. E, por isso, é bom estarmos sempre bastante alerta, porque fazemos parte de um futuro que vai ter cada vez mais tecnologia e com certeza cada vez mais atenção ao humano que há em nós.
Dizem que os líderes foram na maioria das vezes treinados para serem super-heróis. Aqueles que não falham. Que estão em todo o lado. Que não têm emoções porque decidem sempre com a clareza da racionalidade. Aqueles que sabem tudo. Aqueles que controlam tudo. O foco está nos resultados quantitativos e esses são “A” medida de sucesso. (Se é para isto, então se calhar as máquinas podem vir para este lugar, não?) Algumas perguntas que nos surgem: Quando o líder é o super- -herói isso é bom, ou o que acontece é que carrega o Mundo às costas e depois não é possível escalar? Quando o líder quer estar em todo o lado, que autonomia tem a equipa? O líder não tem emoções ou apenas tenta ignorá- -las? E isso quer dizer que a equipa não tem? E qual o impacto no negócio? O líder tem de saber tudo ou pode apoiar-se naturalmente no know-how da equipa? Os resultados quantitativos são mesmo a única medida de sucesso? E o caminho para lá chegar não interessa? Com tudo isto, apetece descomplicar, sem dúvida. Vamos assumir que somos apenas humanos e que há mais vida para além do trabalho – família, amigos, hobbies… e, portanto, manter um olhar mais holístico sobre nós e sobre os outros faz todo o sentido. Somos seres sociais. Logo, a conexão que o líder cria com a equipa é fundamental! Conta tanto que até pode determinar se a pessoa fica ou sai daquele contexto profissional.
Como fortalecer a conexão com o outro? Esta conexão cria-se através de falar verdade quando se dá feedback, de um lugar de empatia que respeita o outro e em que a intenção é genuinamente desenvolver o outro.
Esta conexão cria-se também através da confiança no outro, dando espaço para experimentar novas tarefas, pedindo-lhe ajuda. E quando acontece algo que foi bem feito, o reconhecimento é tão importante! Um simples “obrigado”, enaltecendo uma ação concreta pode ser game changer. Todas as pessoas gostam de se sentir apreciadas e de saber que o seu trabalho acrescenta valor. Mostrar vulnerabilidade também é relevante por criar o espaço para partilhas muito genuínas também do lado do outro. E se acontecer algo menos bom na vida daquela pessoa, importe-se. Isso faz toda a diferença. Pode ser apenas uma mensagem. Ativar uma curiosidade genuína por conhecer o outro, no sentido de saber o que o move é outra maneira de reforçar esta conexão.
Um bom exercício que o Marshall Goldsmith sugere é pensar concretamente em ações que um bom líder (mais humano) faria. Olhe para a lista diariamente. Está a fazer tudo para ser a sua melhor versão?
Estamos numa Era de incerteza. Mas uma coisa é certa! Somos humanos… e não super-heróis! É aceitar e lidar!
Este artigo foi publicado na edição nr16 da revista Líder.
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Raquel Carvalho, Associate Partner da Sofia Calheiros & Associates