Este é um caminho sem volta. Como nos preparamos para este futuro que se antecipou e que nos deixa muitas perguntas sem respostas?
Os líderes devem prosseguir a sua caminhada tecnológica e digital, mas devem estar atentos a esta realidade que pode comprometer a saúde mental e a estabilidade das suas pessoas. Onde estão as fronteiras que não devem ser ultrapassadas? Como defini-las e pô-las em prática? Como diagnosticar e ajudar quem precisa ou seremos já todos MetaPeople?
De acordo com Leyla Nascimento, CEO do Grupo Capacitare, o que o Metaverso poderá representar na saúde mental ainda é cedo para avaliar. Leyla Nascimento foi a primeira mulher a exercer o cargo de Presidente da Federação Mundial de RH (World Federation of People Management Associations) em mais de 40 anos de existência da instituição, onde esteve de 2018 a 2020.
O que estamos a viver atualmente no campo da tecnologia deve ser «um desafio das lideranças atuais, e não nas futuras», começa por expressar.
Partindo de um estudo global encomendado pela Lenovo e realizado pela YouGov em novembro de 2021, no qual 7500 trabalhadores adultos foram entrevistados nos EUA, Reino Unido, Brasil, Singapura, China e Japão, Leyla Nascimento chama a atenção para o facto de «metade dos funcionários (44%) estarem dispostos a trabalhar no metaverso, 20% não o estão, sendo que 21% afirmam ser neutros e outros 15% dizem não ter certeza».
Por outro lado, «os adultos que trabalham no Brasil (53%), Singapura (51%) e China (54%) estão igualmente divididos, com cerca da metade confiante de que os seus empregadores têm o conhecimento necessário para possibilitar um ambiente de trabalho no metaverso e a outra metade demonstrando menos confiança».
«O cenário da introdução do Metaverso nas organizações leva-nos a crer que os impactos serão muitos e a adaptabilidade levará a desdobramentos das estratégias de Recursos Humanos. O acumular de informações oriundas desta tecnologia implicará escolhas e ações.
O MetaPeople precisa de ser estudado e monitorizado constantemente. Esta realidade impactará desde a liderança à base.
Torna-se importante ambientes cujas lideranças privilegiam o pensamento diverso e analítico para compreender todos estes impactos. Vamos necessitar de ter conhecimento sobre ciências, como sociologia, para entender o comportamento social; a saúde, no seu amplo aspecto, para um ambiente saudável e a saúde mental tem e terá atenção prioritária nestes cenários», vaticina.
Por TitiAna Amorim Barroso
Este artigo foi publicado na edição de inverno da revista Líder.
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