Um novo estudo destaca Londres e Nova Iorque no top 5 das cidades com mais de 10 milhões de habitantes, mais atrativas para se viver, seguindo-se Xangai, Pequim e Los Angeles nos primeiros lugares do ranking.
O relatório “Cities of Choice: Are People Happy Where They Live?”, da Boston Consulting Group (BCG), entrevistou mais de 50.000 pessoas em 79 cidades de todo o mundo para determinar quais as motivações para os residentes se mudarem ou permanecerem na cidade onde habitam.
Fim da Pandemia levou a mais deslocações entre cidades
Com o levantamento das restrições relacionadas com a pandemia, há cada vez mais residentes a deslocarem-se entre cidades: 50% dos residentes urbanos já se mudaram para uma nova cidade e 48% estão a considerar fazê-lo no futuro.
O estudo divide as cidades em quatro grupos, de acordo com as suas características socioeconómicas – megacenters, cruiser weights, middleweights e developing cities. Para se tornarem líderes neste ranking, as cidades devem demonstrar liderança em cinco dimensões: oportunidades económicas, qualidade de vida, capital social, interações com as autoridades, e rapidez de mudança.
Entre os megacenters, ou seja, cidades com mais de 10 milhões de habitantes, Londres e Nova Iorque são as mais atrativas para viver, à semelhança do que se verificou no relatório de 2021. Embora as duas cidades tenham tido um bom desempenho em termos de oportunidades económicas, qualidade de vida, capital social, e interações com as autoridades, tiveram uma pontuação mais baixa na rapidez de mudança, sinalizando que a sua liderança poderá estar em risco nos próximos anos. Enquanto grupo, os megacenters mostraram resultados abaixo da média na dimensão das oportunidades económicas.
Outras cidades com melhor desempenho
Os cruiser weights são cidades com uma população acima dos 3 milhões de habitantes. Nesta categoria, Washington DC, Singapura e São Francisco emergiram como líderes. Embora as cidades deste grupo tenham pontuações mais elevadas na dimensão de interação com as autoridades, não se saíram tão bem em dimensões como o capital social e a rapidez de mudança.
Como grupo, as cidades middleweights – definidas como metrópoles de tamanho médio com menos de 3 milhões de habitantes – tiveram o melhor desempenho, com 18 das 28 cidades a receberem pontuações globais acima da mediana. Com Copenhaga, Viena e Amesterdão a ocupar os três primeiros lugares, as cidades desta categoria destacam-se por receberem pontuações altas na qualidade de vida.
Por fim, as developing cities, caracterizadas pela sua elevada taxa de crescimento e rápida urbanização, podem ser claramente identificadas pela sua elevada velocidade de mudança, mas baixa qualidade de vida. Bangalore, Mumbai e Deli lideram este grupo.
O estudo revela que a pandemia teve um impacto negativo na classificação das cidades em 2022, com apenas oito a receberem uma pontuação mais alta dos seus próprios residentes face a 2021. Os residentes ficaram menos otimistas ao avaliar as suas cidades, penalizando as classificações de todas as dimensões de qualidade de vida. Além disto, afirmaram ver menos oportunidades de carreira atrativas e ter menos certeza na realização profissional.
A análise permite ainda concluir que existe uma forte correlação entre a satisfação das pessoas em relação à cidade onde vivem e o seu desejo de realocação, e que pode ser necessário muito tempo e algumas tentativas para encontrar uma cidade que se considere um lar.
A mudança é agora mais fácil do que nunca. O desafio para os líderes é encontrar o que faz os seus residentes felizes, para que possam reter os atuais residentes e atrair novos
Vladislav Boutenko, Managing Director and Senior Partner da BCG e coautor do relatório
O relatório completo encontra-se disponível aqui