Dotar os líderes de novos conhecimentos e ferramentas úteis na gestão diária das suas pessoas é um dos propósitos da consultora tecnológica. Para quem uma boa liderança é a base para equipas mais satisfeitas e produtivas, a Milestone acaba de terminar o primeiro ciclo do Programa de Liderança.
É consensual para a Milestone, a necessidade de apostar numa comunicação eficaz, no desenvolvimento de relacionamentos e na capacidade de adaptação e pensamento criativo. Sendo a Milestone uma consultora tecnológica, alguns dos seus líderes desenvolveram um percurso predominantemente técnico.
Por isso mesmo, reconhece como prioritário promover «o desenvolvimento de algumas competências dos líderes como gestores de talento. (…) Sabemos o protagonismo que as lideranças assumem naquele que é o ambiente de trabalho e nos resultados obtidos. Uma boa liderança torna-se um exemplo a seguir, pelo que ao desenvolvermos os nossos líderes estamos também a desenvolver as nossas equipas», explica Liliana Silva, diretora de Recursos Humanos na Milestone.
Estamos a falar de uma empresa com um total de 130 colaboradores, que neste momento de Estado de Emergência está 100% em teletrabalho. Deste universo, 21 gestores ingressaram no Programa de Liderança, com o objetivo de potenciar as competências dos líderes desta casa tecnológica. O primeiro ciclo do programa teve a duração aproximada de um ano, com início em maio de 2019 e terminou agora, em abril. Nesta fase participaram gestores de middle management com equipa e board of directors, incluindo os administradores. Destes, 57% são homens e 43% mulheres. Todas as áreas de negócio da empresa foram abrangidas, bem como a área de suporte.
Isto não é novo para a Milestone, já que tem desenvolvido diversas iniciativas para promover as competências dos seus líderes e respetivas equipas. «Reconhecemos a importância crescente de investirmos no desenvolvimento das nossas pessoas, pelo que temos realizado várias ações, comportamentais e técnicas, desenhadas internamente e/ou com apoio de entidades externas. Temas como a comunicação, inteligência emocional, gestão de projetos, gestão do tempo e stress são algumas das nossas apostas mais recentes no âmbito comportamental», lembra a diretora Recursos Humanos.
No caso do Programa de Liderança considera-o distintivo dos anteriores sobretudo por quatro motivos, explica a própria, referindo-se ao envolvimento da globalidade da empresa, nomeadamente através da resposta ao questionário de feedback 360°; à robustez, assegurada pelo design e metodologias utilizadas; à duração, mais prolongada no tempo; e a avaliação dos conhecimentos adquiridos.
«Iremos dar continuidade a este Programa e pretendemos, de modo paralelo, realizar outras ações para desenvolver competências de liderança nos demais níveis organizacionais», sublinha, enquanto dá conta que em janeiro de 2021 arranca o 2.º ciclo.
«Para uma análise mais concreta das necessidades de formação e desenvolvimento dos nossos líderes usámos uma ferramenta de feedback 360° (self, direct reports, peers, boss) designada Checkpoint 360 Degree Management Feedback Survey, a qual permitiu identificar os talentos e áreas de desenvolvimento individuais e de equipa», detalha, visivelmente satisfeita com os resultados. Todas as conclusões obtidas nos reports foram partilhadas one-to-one, bem como nas sessões de coaching individuais, e «assim houve tempo de partilha de exemplos reais, tempo de reflexão e desenvolvimento de técnicas promotoras das competências previamente identificadas», acrescenta.
Houve uma preocupação no ajustamento de todo o programa de conteúdos à realidade Milestone, coordenando os mesmos com os processos internos e apostando sempre em trabalhar situações reais vivenciadas pelas equipas.
«O grupo participou, por exemplo, num Escape Room que permitiu através de uma situação amplificada do dia-a-dia profissional, refletir sobre alguns comportamentos-chave apresentados», sublinhou Liliana Silva.
É de realçar que todo o programa foi desenvolvido em conjunto com uma entidade externa, cujo formador e coach, certificado internacionalmente, acompanhou o percurso do grupo desde o início, garantindo todas as necessidades do grupo.
5 Perguntas a… Liliana Silva, diretora de Recursos Humanos na Milestone
No Programa de Liderança por que razão foram escolhidos estes temas para desenvolver internamente: Comunicação na Liderança, Liderar a Transformação, Gestão Emocional e Desbloqueio do Potencial?
Estes foram os temas transversais, dentro do grande tema Liderança, que foram trabalhados nas sessões de formação em grupo.
Fizemos uma análise integrada dos reports dos vários participantes, que em conjunto com as sessões individuais de devolução dos resultados, nos permitiram identificar aquelas que foram as competências que surgiram, com maior predominância, como talentos ou competências a desenvolver.
Com base nestes inputs avançámos para o desenho do plano de Training & Development. Foram planeadas atividades de formação em grupo, para atender as necessidades transversais identificadas, assim como sessões individuais de coaching para as necessidades específicas de cada gestor.
Durante as sessões de grupo abordámos temas basilares na área da Liderança como a Comunicação, Feedback, Delegação, Coaching Skills, Criatividade, Produtividade, entre outros.
Quais foram os problemas internos identificados?
Sendo a Milestone uma consultora tecnológica, alguns dos nossos líderes desenvolveram o seu percurso numa vertente predominantemente técnica. Reconhecemos assim a necessidade de promover o desenvolvimento de algumas competências dos nossos líderes como gestores de talento. É consensual para a Milestone a necessidade de apostar numa comunicação eficaz, no desenvolvimento de relações pessoais e motivação de talentos individuais, bem como desenvolver a capacidade de adaptação e pensamento criativo.
De que forma esta formação vai nutrir uma melhor liderança da empresa?
Sabemos o protagonismo que as lideranças assumem naquele que é o ambiente de trabalho e nos resultados obtidos. Uma boa liderança torna-se um exemplo a seguir, pelo que ao desenvolvermos os nossos líderes estamos também a desenvolver as nossas equipas.
E houve o cuidado de envolver o middle management e o board da empresa.
Considerámos importante envolver ambos os níveis neste projeto, não só para garantir um maior alinhamento, mas também porque dar o exemplo é uma ótima estratégia para influenciar o outro.
Em termos de formação, quais são as prioridades?
No ano de 2019 realizámos aproximadamente 3300 horas de formação, 60% destas relacionadas ao desenvolvimento de competências comportamentais. Para 2020, prevemos um aumento de 20% do nosso volume formativo. Paralelamente às ações relacionadas com o Programa de Liderança, temos planeadas formações na área de Inovação e Criatividade, Gestão de Projetos, Comunicação e Relacionamento interpessoal, Gestão de Equipas, entre outras.
Alguns testemunhos dos formandos:
“O Leadership Program não se traduz numa formação tradicional de transmissão de conceitos teóricos sobre liderança e gestão de equipa. É acima de tudo um programa para refletirmos e ganharmos consciência sobre a melhor forma e quais os instrumentos práticos para gerir e comunicar com a equipa.
Durante o programa aprendemos ferramentas para colocarmos em prática na gestão, tanto do nosso dia a dia como da nossa equipa. Obtemos respostas práticas para algumas perguntas: Como dar autonomia aos elementos da equipa? Como abordar os problemas? Como gerir conflitos?
Resumindo é um programa que não nos dá respostas diretas, mas que nos faz refletir sobre qual a melhor abordagem a adotar!”
Adriana Ovelheiro, manager
“Uma formação com conteúdos bastante úteis, especialmente ao nível pessoal e de como nos ligamos com o próximo. Este programa fez com que de uma forma natural, olhássemos para dentro e também ao nosso redor, para podermos interagir de uma forma ainda mais humana e também mais eficiente para com o próximo.
Proporciona o nosso desenvolvimento em competências num cariz mais humano e de relacionamento com o próximo, tendo como objetivo principal (no meu entendimento) potenciar ao máximo as características positivas de cada um, nunca descurando a vertente que terá de ser trabalhada, para a obtenção dos objetivos propostos/ expectáveis, tanto pessoais, como coletivos, numa organização. Como líderes e gestores de talento, devemos influenciar o próximo da melhor forma possível, para a obtenção dos melhores resultados esperados em cada estrutura, desde que os valores aí presentes se traduzam num caminho a seguir equilibrado e consensual para todos.
O que mais valorizo no programa é o facto que, em primeiro lugar, ao sermos confrontados com um problema, seja ele grande ou pequeno, devemos estar orientados para a solução e não para o problema. Desta forma conseguimos trabalhar as fragilidades de cada um, sem correr o risco de sermos, ou o próximo sentir que somos, inquisidores na avaliação de um determinado fato. Devemos procurar soluções. Ser criativos.
Neste momento tenho a certeza que posso melhorar diariamente ainda mais nas relações tanto ao nível pessoal, de equipa ou mesmo corporativo. O foco na solução em detrimento do problema, vem ajudar a que o comprometimento entre as várias partes seja mais efetivo. Se as pessoas se sentirem parte da solução e não tanto do problema, terão uma maior capacidade em lidar com circunstâncias mais adversas.”
Pedro Nunes, manager