Com os avanços da tecnologia da atualidade, entre os quais se destaca a Inteligência Artificial, também os líderes devem reinventar-se e adaptar-se, o que nem sempre pode ser fácil. Uma coisa é certa: «quem tiver dados e Inteligência Artificial tem uma vantagem competitiva».
Quem o diz é Teresa Rosas, Diretora-Geral Tech & Business da Fidelidade, que participou na conversa «Onde está o líder?», na Leadership Summit Portugal, no dia 26 de outubro.
O debate também contou com a participação de Paulo Magro da Luz, CEO do Grupo Egor, Patrícia Santos, CEO da Zome, Eduardo Ferreira, Head of Innovation da Capgemini Portugal, com a moderação de João Maria Botelho, Global Shaper Lisbon Hub.
«Todas as organizações devem trabalhar arduamente pelo que as distingue», defendeu a Diretora-Geral de Tech & Business da Fidelidade, deixando claro que «nem sempre quem tem esta vantagem é quem lidera».
«Há uma empresa tecnológica que tem dinossauros à porta para recordar que os grandes desaparecem. É muito importante compreendermos isto, tal como quando perguntamos às crianças o que querem ser, não dizem CEOs, querem algo ligado a um propósito», contou Teresa Rosas.
Patrícia Santos defende que «o uso da tecnologia faz sentido quando está focado na melhoria dos processos», afirmando que a motivação da mudança deve sempre ser o mais centrada nas pessoas possível.
O papel das organizações na adaptação à IA
Como pode uma grande empresa abordar as questões de governance com a IA? Para Teresa Rosas, a regulação e a vertente pedagógica são muito importantes. «A ética e governance é de todos e deve ser treinada dentro da organização, sendo o elemento mais importante para criar confiança», referiu a Diretora-Geral.
«Eu sou Engenheira Informática e entrei para a faculdade sem nunca ter tocado num computador. Só porque acreditei que aquela era uma caixa de ferramentas que me permitiria estar ligada à transformação. É a transformação que devemos liderar», relatou Teresa Rosas.
Eduardo Ferreira confirma que a transformação tem acontecido especialmente rápido nos meandros da tecnologia, o que requer que as empresas sejam mais flexíveis e que tenham uma mentalidade mais aberta. O Head of Innovation da Capgemini prevê que a Inteligência Artificial está para ficar, assim como o desenvolvimento da tecnologia relacionada com development.
No que diz respeito à relação entre IA e ética, Eduardo Ferreira afirma que «não devemos esperar pelo regulador», mas antes começar por treinar e formar as pessoas. As empresas, na sua relação com a IA, têm de «criar sistemas que não devem ferir nem a sociedade, nem o ser humano».
Já para Paulo Magro da Luz, as organizações de hoje são «mais porosas, mas têm de ser mais ágeis», com muito menos barreiras na gestão de empresas. «A evolução está a ser tão rápida que se me levantam dúvidas sobre a capacidade da sociedade para absorver esta mudança de forma gradual, sem solavancos», referiu o CEO do Grupo Egor.
De que líderes precisamos nesta era tecnológica?
Paulo Magro da Luz partilhou o que têm sido os seus últimos 30 anos de trabalho e o que mudou nos padrões de liderança. «Na altura eram lideranças top down, depois por volta do fim dos anos 90 apareceu a internet e tudo mudou. Olhando para as formas de trabalhar das organizações apareceram uma miríade delas, desde equipas mistas, o movimento agile, até ao achatamento das organizações. Era uma tentativa de ir atrás de uma tecnologia aberta, focada no exterior e não no interior», explicou o Diretor.
Patrícia Santos explicou como a Zome se tem tentado manter na vanguarda da formação e da tecnologia, sendo a primeira imobiliária a realizar uma escritura em criptomoedas, o que levou à criação de um departamento específico e formações em IA para capacitar as equipas. Quanto ao papel do líder ele deve «mostrar, desmistificar e promover a inclusão digital e impulsionar a humanização», de acordo com a CEO da Zome.
«Precisamos de líderes que tenham uma visão multidimensional, permanentemente atualizada do mercado e da sociedade adaptáveis e que tenham uma inteligência emocional que inspire as pessoas», defende Paulo Magro da Luz.
Também Teresa Rosas e Eduardo Ferreira concordam com a adaptabilidade, acrescentando a vertente da prevenção e de previsão de riscos.
Para Patrícia Santos, o líder deve ter dois papeis fundamentais: a inclusão digital e impulsionar a humanização. «Temos de encarar a tecnologia como uma forma de resolução de temas complexos», defendeu a CEO da Zome.
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