A Consumer Alliance #CALL4ALGOTRANSPARENCY é uma iniciativa de consumidores, promovida pela Associação Europeia Ius Omnibus que vai consciencializar os utilizadores da internet sobre as políticas de proteção de dados (ou a ausência delas).
É disponibilizado online um pedido de acesso aos dados ao abrigo do regulamento geral de proteção de dados da União Europeia que autoriza a que o mesmo seja feito às redes sociais selecionadas, e que se tomem as diligências necessárias à efetivação desse acesso.
Falar sobre dados e informação no mundo digital é encarar os «danos colaterais» que envolvem uma poderosa moeda de troca de algoritmos inteligentes, publicidade e anúncios. Hoje, os direitos digitais são uma questão de direitos humanos e é preciso «quebrar a caixa negra dos algoritmos».
Quem o diz é Daniela Antão, Secretária-Geral da Ius Omnibus, a propósito do lançamento da campanha “Consumer Alliance”, cujo anúncio aconteceu no encontro “Digital Rights Meet and Greet”, que teve lugar no Estoril, na passada semana. A campanha pretende trazer transparência e explicar a lógica e inteligência que existem por trás das redes sociais.
Uma utilização de dados oculta no algoritmo
Daniela Antão defende que a forma pouco transparente com que as plataformas têm recolhido os dados e construído os algoritmos é comparável a uma violação dos direitos humanos.
A Ius Omnibus é uma organização sem fins lucrativos dedicada a defender os direitos digitais e a proteger os dados dos consumidores europeus, urgindo as plataformas a assumirem a sua responsabilidade.
A suposta isenção de responsabilidade destas aplicações «é uma falácia, pois os conteúdos que são expostos no feed não aparecem aleatoriamente» explicou Daniela Antão. «Existe um mecanismo inteligente que opera os algoritmos e prepara o que nos é apresentado», acrescentou.
A Secretária-Geral confirmou que são estudadas técnicas com o uso de psicologia «para manipular as pessoas, provocando explosões de dopamina» quando usam as suas redes sociais. «É como uma adição», referiu.
Já existem algumas ONG’s dedicadas aos direitos digitais, tais como a “Team Community”, cuja presidente, Sandy Ordonez, organizou o “Digital Rights Meet and Greet”. A organizadora reforçou que os direitos digitais estão presentes em «todos os aspetos das nossas vidas» e que, nas populações mais suscetíveis, a situação é mais visível e preocupante.
Mais informações aqui:
Consumer Alliance for Algorithm Transparency