A Microsoft lançou o novo Bing, o motor de busca agora complementado pelo software de Inteligência Artificial (IA) da OpenAI, criadora do popular chatbot, o ChatGPT.
Numa tentativa de consolidar o Bing como o motor de busca de eleição, em competição com o Google, a Microsoft incorporou a tecnologia de IA para responder a perguntas de utilizadores e ter uma conversa sobre qualquer assunto, revela o The New York Times.
Apesar de a Microsoft não ter afirmado ainda qual a versão do software da OpenAI que está a ser utilizada no Bing, o mais provável é que seja o GPT-4, o modelo de linguagem que ainda não foi lançado.
Google pode estar a ficar para trás
A Microsoft, que investiu pela primeira vez na OpenAI em 2019 e este ano reforçou com 10 mil milhões de dólares, está a capitalizar uma onda de progresso recente em recursos de IA para tentar competir com o Google, que há muito tempo detém uma posição dominante no mercado de buscas.
A Microsoft eventualmente planeia incorporar a tecnologia da OpenAI em muitos dos seus produtos; mas o relançamento do Bing é especialmente importante para a Microsoft, que tem lutado para se estabelecer nos mercado dos motores de buscas há anos. Se funcionar, poderá reduzir o domínio do Google e parte dos mais de 100 mil milhões de dólares em receitas anuais de publicidade em pesquisas que acarreta.
O Google está também a investir na sua própria ferramenta de Inteligência Artificial, o Bard, mas perdeu milhões de dólares quando, no seu lançamento, este deu uma resposta errada.
Como é o novo Bing? O que traz de novo a IA?
O novo Bing, que está agora disponível apenas para um pequeno grupo de testers, parece uma versão híbrida de um motor de busca padrão e um chatbot no estilo GPT. Por enquanto, o Bing funciona apenas em computadores que usem o Edge, o browser da Microsoft, mas será disponibilizado nos restantes brevemente.
Se pedirmos “Escreve um menu para um jantar vegetariano”, o lado esquerdo da janela será preenchido com os resultados da pesquisa, com anúncios e links para sites de receita; do lado direito, estará alocado a Inteligência Artificial do Bing.
Começará a redigir uma resposta em frases completas, geralmente com links incorporados para os sites dos quais está a retirar a informação.
Para complementar a pergunta, ou ir mais a detalhe, pode perguntar “Escreve uma lista de compras para esse menu, classificada por corredor, com as quantidades necessárias para fazer comida suficiente para oito pessoas”: a IA dará a resposta completa.
Os jornalistas do The New York Times tiveram a possibilidade de testar este novo motor de busca e notaram uma melhoria significativa em relação à Google, e até ao próprio ChatGPT que, apesar dos seus recursos, nunca foi projetado para ser usado como um motor de busca.
O ChatGPT atualmente não cita as fontes e tem problemas em incorporar informações ou eventos recentes. Portanto, embora o chatbot possa escrever um poema ou redigir um e-mail, é menos adequado para relatar o que aconteceu na Ucrânia na semana passada.
A Microsoft contornou algumas das limitações do ChatGPT ao conjugar os recursos de linguagem da OpenAI com a função de pesquisa do Bing, usando uma ferramenta proprietária chamada Prometheus.
Essa tecnologia consegue extrair termos de pesquisa das solicitações dos utilizadores, executar essas consultas no índice de pesquisa do Bing e, de seguida, usar esses resultados de pesquisa em combinação com seu próprio modelo de linguagem para formular uma resposta.
Nas demonstrações da Microsoft e nos testes que têm sido feitos, o Bing tem tido sucesso, e consegue realizar uma ampla variedade de tarefas relacionadas com pesquisa, incluindo a criação de itinerários de viagem, brainstorming de ideias para presentes e resumo de livros e enredos de filmes.


