A nova era das plataformas de videoconferência veio não só ditar uma nova forma de trabalhar como de recrutar, e mesmo nas entrevistas por vídeo, os empregadores estão atentos aos sinais da comunicação não-verbal. A headhunter Isis Borge, em colaboração para a revista brasileira VocêRH, deixa alguns conselhos sobre a linguagem corporal, um poderoso aliado seja num processo de seleção, na apresentação de um projeto ou numa reunião de equipa.
Estudos indicam que a comunicação não verbal chega a ser 93% do que o interlocutor absorve, sendo que 55% refere-se à linguagem corporal e 38% ao tom da voz. Outro indicador revela que apenas 7% do entendimento do outro sobre a nossa mensagem está relacionado com a fala. Isis Borge chama a atenção para a importância de levar estes dados em consideração para a vida, nas relações pessoais e no contacto com clientes ou colegas de trabalho de uma forma geral e não apenas num processo de recrutamento.
Para que cause uma boa impressão do outro lado, seja pelos sinais verbais e não verbais, aqui ficam algumas dicas:
Tenha um copo de água por perto
Seja na entrevista presencial ou por vídeo, tenha sempre um copo de água ao pé de si. A ideia é que aclare a sua voz, caso esteja a oscilar ou a ficar mais fraca.
Atenção ao tom da voz
Fale de maneira clara e confiante. Não grite, mas também não fale muito baixinho. Uma boa energia, que é passada pela postura e pelo tom de voz, causa boa impressão nos recrutadores. Não perca a oportunidade de mostrar entusiasmo ao falar de experiências que foram significativas, mas é preciso não exagerar para não passar uma imagem forçada de si mesmo. O equilíbrio é a chave de tudo.
Seja transparente, com bom senso
Um recrutador experiente consegue facilmente identificar uma mentira para além do estado natural e os gestos do candidato, logo no início da entrevista. Por exemplo, quando o candidato está descontraído, e, perante uma pergunta específica, cruza os braços de forma abrupta como um claro sinal defensivo; ou quando responde com as mãos na boca, no nariz ou a coçar as sobrancelhas.
Esteja confortável, mas com uma postura ereta
A postura na cadeira diz muito sobre o interesse da pessoa à vaga a que se está a candidatar, no projeto ou na empresa, além de evidenciar o quanto aquela pessoa gosta do que faz. Então, procure não ficar muito descontraído na cadeira nem mexer-se de um lado para o outro, caso seja giratória.
Evite mexer no cabelo
Não há problema em ajeitar o cabelo, mas não deixe que isso desvie o seu foco do entrevistador.
Vista-se discretamente
Não exagere nas cores, padrões ou acessórios. O mesmo para a escolha do papel de fundo durante a entrevista. Isso evita que o entrevistador desvie a atenção do que tem a dizer.
Mostre-se positivo
De uma maneira geral, tenha atitudes positivas. Procure iniciar a conversa com uma boa vibração, para isso uns minutos antes ouça a sua música preferida ou faça uma meditação de 10/15 minutos.
Comunique se não estiver num bom dia
A pandemia trouxe vivências emocionais para todos de perdas e dificuldades, e caso esteja a passar por um desses acontecimentos procure explicar ao entrevistador. Diga que fará o seu melhor, mas que gostaria que ele estivesse ciente do seu momento atual.
Pessoas são contratadas pelo perfil técnico e demitidas pelo comportamento
Esta é uma grande verdade do mundo corporativo. É por isso necessário ter atenção com as oscilações de humor durante toda a sua carreira, incluindo nas entrevistas de emprego. Ao demonstrar uma brusca oscilação de humor ou chorar de maneira nervosa diante de alguém ou alguma situação, pode levar o recrutador ou um colega a ter dúvidas quanto à sua inteligência emocional. A reprogramação neurolinguística poderá ser uma ajuda nestas situações.
Conheça-se melhor
Uma maneira de perceber quais são os seus sinais não verbais durante as conversas é filmar a sua entrevista. Ao ver o vídeo avalie o posicionamento da sua cabeça, para onde olha enquanto fala, de que forma gesticula, qual é o tom de voz, entre outros pontos o que pode manter ou melhorar.