Após uma cuidada renovação, o Snob, um dos bares mais emblemáticos de Lisboa, reabre as suas portas mantendo a sua essência em cada detalhe. Localizado na porta verde do nº 178 da Rua de O Século, regressam as tertúlias e as receitas que tornaram este espaço incontornável ao longo dos últimos 60 anos. A decoração privilegiou o restauro, mantendo as vitrines de madeira originais e o uso de latão, material característico da antiga latoaria que ocupava o local. Os estofos foram renovados, mas recuperaram o couro verde-escuro que deu charme ao ambiente ao longo de décadas.
Nas palavras de Miguel Garcia, proprietário (Grupo São Bento): «Quando penso um negócio, gosto de o projetar a um mínimo de 10 anos. Prefiro sempre desenvolver conceitos clássicos por serem intemporais. As tendências mais efémeras não me apelam. Acho que lhes falta identidade e substância. Quando surgiu a oportunidade de reabrir o Snob, o apelo principal foi ter a oportunidade de preservar um legado e garantir que viverá durante mais 60 anos.»
A história do Snob
Inaugurado a 16 de novembro de 1964 pelo desenhador do jornal O Século, Paulo Guilherme D’Eça Leal, o Snob foi adquirido em 1967 por Adriano Oliveira, irmão mais velho de Albino Oliveira, tornando-se um refúgio e ponto de encontro de jornalistas e um local privilegiado para personalidades políticas e intelectuais. Foi frequentado por escritores como José Saramago e José Cardoso Pires, cineastas como João César Monteiro, músicos e atores como Carlos do Carmo e Simone de Oliveira, além de quase todos os Presidentes da República e vários ministros.
A história do Snob é indissociável da presença constante de Albino Oliveira na sala e de D. Maria na cozinha. Conhecidos pela sua discrição e atenção aos detalhes, fizeram com que todos os frequentadores se sentissem em casa e promoveram um ambiente acolhedor e amigável que fez do Snob um verdadeiro “refúgio de família”.
Menu: Os clássicos de sempre e os cocktails
A redação da Líder fez jus à tradição e sentou-se à mesa para um encontro de jornalistas e de clássicos. De entrada, os croquetes com o toque perfeito para juntar à mostarda; seguiram-se o bife à Snob do lombo e da vazia, o Prego e o Bacalhau à Brás. Nas sobremesas, uma tríade famosa, entre toucinho do céu, mousse de manga e tarte de lima. E ainda, porque uma boa conversa nunca se faz a seco, experimentaram-se os cocktails – o serviço de bar do Snob foi ampliado com o objetivo de oferecer uma experiência mais completa.
Com um ambiente renovado, mas fiel à sua tradição, o Snob promete ser o local onde todos podem escrever a próxima página desta história única. Basta tocar à campainha para entrar neste refúgio e juntar-se a todos os que fazem parte da sua longa vida.
Este artigo foi publicado na edição nº 29 da revista Líder, sob o tema Incluir. Subscreva a Revista Líder aqui.