Todos os dias, surgem mais de 1.000 novas aplicações de Inteligência Artificial (IA). Muitas delas são acessíveis gratuitamente, enquanto outras operam sob modelos premium. Mas a verdadeira questão é saber se as organizações estão a utilizá-las estrategicamente para potenciar o seu capital humano e assegurar mais produtividade, competitividade e sobretudo mais inovação.
A IA não é uma ameaça ao emprego, mas sim um diferencial competitivo para quem a domina e aplica no seu dia a dia. O caminho para uma transformação digital eficaz não passa apenas por adquirir tecnologia (em alguns casos, entregando apenas licenças a algumas áreas específicas) mas passa por capacitar pessoas, assegurando que todos os colaboradores têm acesso, conhecimento e formação aplicada para utilizar IA de forma estratégica e produtiva.
Se olharmos para o final do século passado, estudos indicam que a transição completa da máquina de escrever para o Office nas empresas durou aproximadamente 10 a 15 anos (1985-2000). Foi o sucessivo acesso por todos os colaboradores que acelerou esta transição, reduzindo a resistência à mudança, incluindo dos gestores e dos líderes, aumentando a produtividade, a agilidade da comunicação com clientes, a partilha e a inovação.
De acordo com um estudo da Strand Partners e Amazon Web Services, a utilização de ferramentas de IA aumentou para 57% em 2024, o que reflete a crescente confiança dos líderes empresariais nas tecnologias de IA para otimizar operações e melhorar a eficiência. No entanto, questionados os colaboradores, 86% dos trabalhadores portugueses consideram que as empresas não investem em ferramentas de IA para utilização diária nem investem em formação.
Nos projetos de consultoria a grandes organizações e a PMEs desenvolvidos pelo ISQ Academy, colocamos sistematicamente estas questões: a IA está realmente integrada na cultura corporativa da empresa? Quantas aplicações de IA já experimentou? E quantas dessas ferramentas já foram sugeridas, implementadas e aplicadas nas suas equipas, ajustadas aos problemas concretos da cada área, de cada função?
A IA pode – e deve – estar presente em todas as áreas do negócio desde as Vendas & Marketing, Formação & Desenvolvimento, Gestão & Estratégia, Inovação & Produto, Recrutamento & Gestão de Talento, apenas para mencionar alguns exemplos mais comuns.
As empresas que não têm ferramentas IA ao nível corporativo, sem um plano estratégico de adoção e formação, limitam o verdadeiro potencial da tecnologia Inteligente e do potencial do seu Capital Humano Inteligente. É essencial democratizar o acesso a ferramentas de IA generativa. O papel dos RH neste processo é fundamental: garantir que IA é para todos, e não apenas para algumas funções específicas.
Este artigo foi publicado na edição nº 29 no suplemento Aprender da revista Líder, sob o tema Incluir. Subscreva a Revista Líder aqui.