O momento é de transformação para os escritórios. E Carlos Cardoso tem um reconhecido percurso na Arquitetura e Gestão de Projetos, particularmente na área de aptidão e renovação de escritórios e retalho. Licenciado em Arquitetura pela Universidade Lusíada de Lisboa, é hoje o Managing Director da Tétris Portugal, empresa de Arquitetura e Construção do grupo JLL.
À questão “Como será o futuro do trabalho?”, explica que as pessoas têm sentido vontade de regressar ao escritório. Um estudo da JLL – Human Experience – concluiu precisamente que 52% dos colaboradores não se sente tão produtivo em casa e que 58% tem saudades do seu escritório.
Mas o cenário “ideal” será híbrido. Carlos está certo disso. «Teremos mobilidade para trabalhar uns dias a partir de casa (ou noutros espaços que reúnam as condições necessárias) e nos restantes dias estaremos no escritório».
Os escritórios de amanhã serão «espaços mais flexíveis, sustentáveis, colaborativos, tecnológicos e informais, que colocam o bem-estar do colaborador em primeiro lugar. Com a massificação do teletrabalho, o escritório assumir-se-á como um lugar privilegiado para o networking, o relacionamento humano, a criatividade e a inovação», assume.
Colocámos a pergunta: Como serão os escritórios do futuro? a quatro especialistas da área. Carlos Cardoso aceitou o desafio:
«A Pandemia veio transformar profundamente as nossas rotinas e há novos hábitos que adquirimos que não contamos abdicar no futuro: um deles, o teletrabalho. Sabemos que o trabalho remoto nos traz mais liberdade e flexibilidade, mas sabemos também que as pessoas têm sentido vontade de regressar ao seu escritório durante este último ano.
Como será então o futuro do trabalho? O cenário “ideal” é híbrido: teremos mobilidade para trabalhar uns dias a partir de casa (ou noutros espaços que reúnam as condições necessárias) e nos restantes dias estaremos no escritório. Um escritório que não deixará de existir, mas que será diferente: de um espaço de mera conveniência passará a ser um espaço de experiência. Será inevitável, por isso, que os escritórios se reinventem para darem lugar a espaços tão ou mais atrativos e confortáveis do que as nossas próprias casas.
Como antecipámos no guia “Re-Imagine” da Tétris, que lançámos no ano passado para as empresas e já vai na sua terceira edição, os escritórios de amanhã serão espaços mais flexíveis, sustentáveis, colaborativos, tecnológicos e informais, que colocam o bem-estar do colaborador em primeiro lugar. Com a massificação do teletrabalho, o escritório assumir-se-á como um lugar privilegiado para o networking, o relacionamento humano, a criatividade e a inovação.
Isto significa, em termos práticos, que os escritórios serão marcados por espaços pivot – áreas multifuncionais criadas para impulsionar o trabalho de equipa e a produtividade, refletir a cultura da empresa e criar um sentido de comunidade; mas também por um design cada vez mais sustentável, o que implicará decisões relacionadas com a escolha de materiais e soluções energéticas, com o conforto térmico e acústico, com a iluminação, com a qualidade do ar e da água, ou com a gestão de resíduos, por exemplo. Por fim, não esqueçamos a tecnologia, que será crucial para a gestão eficiente dos espaços e para melhorar a experiência do utilizador.
O momento é de grande transformação para os escritórios, mas também de novas oportunidades!»
Pode ler todas as intervenções na edição de primavera da revista Líder.