Os negócios de família não podem mais seguir o “business as usual”. Com a necessidade de gerir emoções e sentimentos além do capital, as próximas gerações deparam-se com outra agravante: a responsabilidade climática, e dar a entender às gerações atuais que essa é uma preocupação central, e não secundária.
O relatório da PwC Global NextGen 2022 “Today and Beyond: the next generation challenges the status quo of family business” concluiu que tanto o foco da geração atual, dos Millenials e Gen Z é o mesmo: o crescimento do negócio.
Quais os passos a tomar?
Hoje enfrentam-se desafios climáticos, a disrupção da pandemia e avanços tecnológicos, o que requer necessariamente uma série de novas competências na liderança e inovação.
Para alcançar a neutralidade de carbono, gerir as tendências da força de trabalho, especialmente com a Great Resignation, e identificar novos mercados no mundo pós-pandémico é imperativo que se adquira skills e se especializem em práticas ambientais, social e de governanças (ESG).
Face às dificuldades, 43% dos inquiridos das novas gerações nas empresas referiu sentirem-se mais envolvidos e comprometidos com o negócio familiar quando comparado ao contexto pré-pandemia, o que não se traduz necessariamente em inovação.
A verdade é que ainda assim mais de metade (57%) considera que a resistência da atual geração à reforma consiste num problema para a empresa, e 43% considera difícil assumirem-se como novos líderes no Conselho de Administração. Com estes entraves, naturalmente a inovação está condicionada, que trará por arrasto o sucesso e crescimento do negócio.
Diversidade cargos liderança
As novas gerações trazem novas perspetivas para o negócio, e para isso é necessário que haja também diversidade nos cargos de liderança. Em Portugal, apenas 5% dos CEO atualmente em funções em empresas familiares são mulheres, avança um estudo da KPMG. A representatividade das mulheres é certamente uma questão a resolver nas próximas gerações, já que a percentagem das mulheres que admite estudar mais para liderar um negócio, bem como se focar mais em temas de sustentabilidade é superior à dos homens.
É fundamental que o “gap” de género nas empresas familiares seja reduzido e eventualmente eliminado, apesar das perspetivas serem desanimadoras: 35% das mulheres entende que os seus familiares do sexo masculino terão mais probabilidades de vir a liderar o negócio, e 41% dos homens confirma que efetivamente entende que o seu género será o representativo para próxima liderança.