O Future of Life Institute (FLI) tornou-se o centro das atenções, quando em março último lançou um alerta global: “Pause Giant AI Experiments. We call on all AI labs to immediately pause for at least six months the training of AI systems more powerful than GPT-4”.
A Carta Aberta, em jeito de Manifesto, pede uma pausa de seis meses no desenvolvimento dos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs), nomeadamente o Chat GPT.
Está-se a ir rápido de mais. Será?
Susana Soares é Managing Director da CHRLY, a primeira corporate startup da Fujitsu Portugal, dedicada à captação de talento tech. Atualmente, mais de 80% dos empregadores portugueses têm dificuldade em encontrar os candidatos certos, sendo Portugal o segundo país do mundo onde a contratação é mais difícil, estando apenas abaixo de Taiwan.
Para a revista Líder, colocamos o desafio:
Como podem estes seis meses de interrupção prevenir um ataque da máquina sobre o Homem? Faz sentido parar? O que pode significar o futuro do ChatGPT e dos Grandes Modelos de Linguagem (LLMs)? O que é realmente urgente?
“A paragem do desenvolvimento de programas de inteligência artificial durante seis meses não nos dá garantia de um efetivo tempo de reflexão e diálogo, isto porque não é possível assegurar que em todas as geografias esse hiato fosse cumprido.
Temos exemplos relativamente recentes de tecnologias disruptivas que foram vistas com ceticismo e que, devidamente regulamentadas e acompanhadas, transformaram positivamente a sociedade.
Recordo a integração do código de barras na década de 80 e a World Wide Web na década de 90. Este último exemplo é particularmente marcante, porque Tim Berners-Lee conseguiu criar em 1994 o World Wide Web Consortium (W3C) que ainda hoje rege os standards da Internet sendo administrado conjuntamente nos EUA, Europa, Japão e China.
No caso da IA, e especificamente do ChatGPT4, devemos compreender os desafios e riscos da tecnologia, tendo a Fujitsu criado em 2022 o AI Ethics Governance Office, que pretende clarificar a governance e a ética associada à IA”.
Este artigo foi publicado na edição de primavera da revista Líder.
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