Numa nova análise a 150 diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas portuguesas, cerca de um terço refere que os aumentos salariais e a atribuição de bónus e outras compensações monetárias são os dois fatores mais determinantes para justificar o nível de motivação dos seus colaboradores.
O recente Barómetro RH 2021/22, realizado pelo Kaizen Institute em parceria com a Hays Portugal, teve como objetivo avaliar a resposta das organizações às principais tendências e desafios na Gestão das Pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores.
A imprevisibilidade do mercado parece não ter tido impacto ao nível do grau de motivação dos colaboradores das empresas inquiridas que permanece com 14 pontos (escala 0-20), à semelhança do que observamos na última edição. Além disso, 40% dos inquiridos afirma que a motivação dos trabalhadores das suas empresas evoluiu positivamente nos últimos 12 meses. Cerca de 26% dos gestores apontam como fatores mais cruciais, a cultura da empresa e a adoção de um modelo de trabalho híbrido com a respetiva flexibilidade horária conferida aos colaboradores.
A intensificação da escassez de talento parece ser um dos maiores desafios do mercado de trabalho para os gestores de RH já que, para 45% e 42% dos inquiridos, a retenção de talento e a contratação de novos profissionais são as principais prioridades das empresas em relação aos recursos humanos. Estas escolhas contrastam com o que se observou na 1º edição deste barómetro, onde o topo das prioridades tinha como foco a preparação dos colaboradores para diferentes cenários no médio/longo prazo e a melhoria das condições de segurança e higiene no trabalho.
Para atrair, reter e desenvolver os melhores talentos para os seus negócios, um eficaz processo de onboarding é fundamental. Neste campo, as duas principais prioridades enaltecidas pelas empresas incidem na criação de um programa de mentoria envolvendo colaboradores mais recentes e mais antigos da empresa (57%) e a criação de um programa personalizado (45%). Ainda antes disso, e no âmbito do processo de recrutamento, suprimir as lacunas nas competências da organização através da identificação de novas funções e posições e o rejuvenescimento das empresas, são para 55% e 45% dos inquiridos respetivamente, as duas maiores prioridades.
Dentro das temáticas de diversidade, inclusão e equidade no trabalho, 49% dos inquiridos tem apostado na criação de um ambiente inclusivo em que cada colaborador se sente valorizado e 46% tem vindo a promover programas de tutoria, coaching e de carreira para cumprir este compromisso. Estas estratégias permitem fomentar o sentimento de pertença à empresa, um tema relativamente ao qual, 58% dos inquiridos revela existir consciência da importância reforçando que já têm iniciativas em curso neste sentido.
O trabalho remoto transformou-se, deixando de ser um privilégio ocasional para uma expectativa dada como adquirida para grande parte dos colaboradores. Nesta linha, 46% admite ter adotado um modelo de trabalho híbrido com 43% das pessoas a apostar em 2 dias de teletrabalho/semana. Contudo, 54% afirma ter optado por um modelo de trabalho presencial. Dentro dos maiores entraves na implementação do trabalho híbrido, 46% menciona a dificuldade de manter o espírito de equipa, motivação e sentimento de pertença à distância; já 43% aponta a falta de garantia de comunicação eficiente e clara.
O Barómetro RH 2021/2022 concluiu ainda que para melhorar a employee experience, 72% dos inquiridos foca como crucial a importância de uma comunicação regular e clara da visão e propósito da organização. Por outro lado, e para responder ao aumento da tendência do turnover dos colaboradores, o aumento da remuneração e/ou benefícios e a revisão do plano de progressão de carreira são para 57% e 40% dos gestores de RH algumas das mais importantes premissas.