Os Psicadélicos estão a ganhar cada vez mais relevância no campo da saúde mental. Matt Johnson, Professor de Psiquiatria da Johns Hopkins, tem investigado o potencial terapêutico dessas substâncias e os seus possíveis usos no tratamento de distúrbios psiquiátricos, conta à Big Think.
Johnson destaca a história dos psicadélicos na ciência, que começou nos anos 1950, quando Albert Hofmann descobriu as propriedades psicoativas do LSD. No entanto, os psicadélicos foram associados à contracultura dos anos 1960, gerando temor e preconceito, o que resultou num hiato nas investigações científicas.
Atualmente, a sociedade parece mais aberta a explorar os benefícios potenciais dessas substâncias, e muitos estudos estão a ser realizados para investigar as suas aplicações médicas.
A investigação de Johnson concentra-se principalmente no uso terapêutico da psilocibina, o composto ativo dos cogumelos mágicos. Enfatiza a importância do contexto e do ambiente em que essas substâncias são administradas, bem como a necessidade de preparação e integração adequadas para garantir uma experiência significativa e segura.
O professor acredita que essas substâncias têm o potencial de nos ajudar a entender melhor a natureza dos distúrbios psiquiátricos e a identificar o que é necessário para uma boa saúde mental.
Nas suas palavras, “Alguns pacientes saem dessas sessões a dizer que uma experiência de 6 horas com psilocibina é como fazer mil horas de terapia”. No entanto, Johnson alerta para os possíveis abusos e a necessidade de salvaguardas apropriadas, dada a natureza íntima e vulnerável dessas intervenções psicológicas.
Na busca pela compreensão da complexa maquinaria da mente humana, os psicadélicos surgem como ferramentas poderosas, capazes de reconfigurar as perceções e abrir novos caminhos para a terapia e autoconsciência.
Sam Harris, neurocientista e filósofo, acrescenta: “Qualquer experiência que se possa ter com psicadélicos, pode ser vivida sem eles. Os psicadélicos apenas modulam a neuroquímica já existente no cérebro“. Enfatiza que essas experiências podem ser particularmente reveladoras para aqueles que, de outra forma, podem não estar conscientes da capacidade inerente da mente para tais transformações.
Com a promessa de um renascimento na terapia psicadélica, a comunidade científica está a reavaliar a relevância e o potencial dessas substâncias, com esperanças de conseguir utilizá-las num futuro próximo.