Na Líder somos pela diversidade e a igualdade, mas acreditamos que a particularidade de ser mulher é uma distinção que merece todas as atenções. Pela literatura transpõem-se mitos e quebram-se barreiras e os livros são a arma mais poderosa ao alcance de escritoras e protagonistas com muito women power.
Conheça as sugestões da nossa equipa de edição de conteúdos, Catarina Guerra Barosa, TitiAna Amorim Barroso, Rita Rugeroni Saldanha e Denise Calado.
Boas leituras!
Catarina Guerra Barosa, Diretora de conteúdos
A Cidade De Ulisses
Porto Editora
Um homem e uma mulher encontram-se e amam-se em Lisboa. A sua história, que é também uma história de amor por uma cidade, levará o leitor a percorrer múltiplos caminhos, entre os mitos e a História, a realidade e o desejo, a literatura e as artes plásticas, o passado e o presente, as relações entre homens e mulheres, a crise civilizacional e a necessidade de repensar o mundo.
Flecha
Tinta da China
Primeira obra de ficção de Matilde Campilho: “Este é um livro de histórias. Narrativas que foram surgindo um dia depois do outro, às vezes durante a tarde, outras logo pela manhã, e a maioria delas quando a noite já havia caído. Talvez o escuro seja mais propício às histórias. Seja como for, de uma maneira ou de outra, todas quiseram chegar-se à luz. Nem que fosse por um segundo”.
TitiAna Amorim Barroso, Coordenação editorial
Um Quarto Só Seu
Penguin Clássicos
Virginia Wolf escrevia este livro em 1920, um ensaio de uma atualidade que encontra contornos gritantes sobre a condição de ser mulher na sociedade. Dos obstáculos ao exercício da profissão, à exploração da criatividade literária, e não só, Woolf aborda o transversal tema dos constrangimentos de género. Crítica uma engrenagem em que a esmagadora maioria das mulheres não tem o privilégio de dizer: eu tenho “um quarto só meu”, um espaço em que tenho privacidade, autonomia, para escrever, para criar, para ser. «Ter dinheiro e um quarto». Ser livre, portanto, de forma literal e figurada. É disto que se fala nesta obra de uma escritora maior.
Mulheres e Resistência
Tinta da China
Este livro tenciona ser uma homenagem às “Três Marias” e às lutas das mulheres. Novas Cartas Portuguesas foi publicado há mais de 50 anos, em 1972. Três dias depois do lançamento, a primeira edição foi recolhida e destruída pela censura, dando origem ao processo das “Três Marias”. A partir desta obra singular de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, a exposição Mulheres e Resistência — «Novas Cartas Portuguesas» e outras lutas, no Museu do Aljube Resistência e Liberdade, revisitou a atualidade da luta das mulheres e o contributo daquelas que, com origens e percursos diferentes, inventaram e concretizaram batalhas pelos seus direitos, pela justiça social e pela liberdade, desde os anos 1930 até ao 25 de Abril de 1974. Todos estes processos destacam o papel insubstituível das mulheres ao longo dos 48 anos de resistência ao fascismo e a sua importância na conquista da democracia. É assim apresentado o livro que chega às livrarias a 23 de março. Inclui ainda textos originais de Djaimilia Pereira de Almeida e Maria do Rosário Pedreira. A ler.
Rita Rugeroni Saldanha, Coordenação editorial
O Ano do Pensamento Mágico
Cultura Editora
A vida muda num instante. Num dia normal. É assim que Joan Didion inicia a sua viagem pela memória do ano mais transformador da sua vida, começando na noite em que o seu marido, o escritor John Dunne, com quem foi casada mais de 30 anos, morre de ataque cardíaco, e a sua única filha está em coma no hospital. Com uma escrita tão assertiva como limpa, honesta e desarmante, Didion investiga os vivos que sobrevivem aos mortos, revelando aquilo que é universal a todos: a dor da perda, a necessidade da superação quando tudo parece inútil.
Após a leitura sugiro o documentário “The Center Will Not Hold” (Netflix). Joan Didion morreu no dia 23 de dezembro de 2021.
O perigo de estar no meu perfeito juízo
Porto Editora
O novo livro de Rosa Montero mistura ficção, autobiografia e ensaio, resultando numa obra perspicaz, tocante e bem-humorada sobre o custo da «normalidade» e o valor da diferença. «Sempre soube que na minha cabeça alguma coisa não funcionava muito bem», diz nos ao início Rosa Montero. Voltando ao solo fértil que alimentou “A Louca da Casa”, esta sua convicção encontrou eco em estudos científicos e dados concretos, mas sobretudo na observação da sua própria vida e nas biografias desses «loucos» e «estranhos» seres dedicados, como ela, à arte da escrita, almas que transformaram o sofrimento pessoal em matéria literária.
Denise Calado, Redação
Women & Power
Profile Books
Um manifesto feminista da Classicista Mary Beard. Não há leitura mais relevante que uma reflexão sobre como as mulheres no poder foram tratadas ao longo da História para o Dia da Mulher. Beard explora a origem da misoginia, considerando a voz pública da mulher, os preconceitos culturais sobre a relação das mulheres com o poder, e como as mulheres poderosas se recusam a encaixar-se no modelo masculino de poder.
Girl, woman, other
Bernardine Evaristo
O livro segue a vida e a luta de doze personagens muito diferentes entre si. Principalmente mulheres, negras e britânicas, contam as histórias das suas famílias, amigos e companheiros, em todo o país, ao longo dos anos.