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Home Entrevistas «Sem tecnologia não conseguimos fazer a nossa missão»

Entrevistas

«Sem tecnologia não conseguimos fazer a nossa missão»

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26 Dezembro, 2022 | 15 minutos de leitura

O edifício imponente pintado de azul céu não deixa indiferente quem passa na Ribeira das Naus, em Lisboa. É casa de mais de 600 oficiais da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional, num total de 10 mil. Uma instituição com 705 anos, que se tornou o centro nevrálgico das operações de salvamento, defesas militares, segurança e desenvolvimento, espionagem e secretismos, a que o Almirante Henrique Gouveia e Melo abriu as portas à Líder mostrando como a tecnologia é crítica no desenrolar das missões da Marinha. 

O Almirante Henrique Gouveia e Melo nunca sonhou ser outra coisa senão não militar. Mas a pandemia empurrou-o para a coordenação da Task Force para a elaboração do Plano de Vacinação contra a COVID 19 e o resto é História. É Chefe do Estado-Maior da Armada e da Autoridade Marítima Nacional desde o dia 27 de dezembro do ano passado. Um verdadeiro trabalho de estratega – minucioso e calculado em tempo real, já que a Marinha atua em quatro ambientes diferentes: debaixo de água, à superfície, no ar e em terra, o que demonstra bem a complexidade que tem em mãos.  

Além do mais, os ciberataques são permanentes e a tecnologia passou a ser o Sistema Nervoso Central de todas as operações. Nesta entrevista, o Almirante Gouveia e Melo partilhou as revoluções que se vivem dentro da organização, bem como as suas inquietações acerca do conflito na Ucrânia. Fique a conhecer a visão de um verdadeiro contador de histórias para quem a estratégia passa pela necessidade de equilíbrio de poderes, inteligência e, caso tudo se perca, pela sabedoria de nunca deixar de saber navegar olhando apenas para as estrelas. 

Como gere a Armada e a Autoridade Marítima Nacional os desafios da digitalização? 

A digitalização tem três grandes aspetos. O aspeto material: computadores, sistemas e redes. O aspeto humano: pessoas capazes de operar com as novas tecnologias. E, por fim, o aspeto dos procedimentos, que garante que as duas coisas se reúnem de uma forma organizada e consequente. Temos uma arquitetura e um plano para irmos melhorando as nossas capacidades digitais. O primeiro mainframe da Marinha é da década de 70, depois apareceram os microcomputadores e posteriormente as redes, quer externas e internas, que vieram interligar os utilizadores mais simples aos servidores. Por motivos de segurança óbvios, tivemos de estabelecer redes segredadas, o que trouxe uma duplicação de computadores por cada Oficial. Acabámos por evoluir para defesas lógicas, mas mantivemos uma rede secreta completamente isolada do exterior.  

Na década de 80, criámos um departamento específico para a área Digital e este departamento foi crescendo e hoje é também a área de Redes e Conectividade. Temos o que chamamos de Sistema Nervoso Central, que é todo o conjunto de equipamentos – servidores, desktops e até telemóveis – que fornece serviços a toda a Marinha: desde classificados e não classificados, com as regras da ciberdefesa para defender os perímetros e garantir que a informação não sai, nem compromete a nossa capacidade de usar os sistemas. Qual foi a nossa grande dificuldade? Ir estabelecendo os procedimentos cada vez mais complexos, de uma miríade de sistemas, e preparar as pessoas para usar as ferramentas, ter comportamentos seguros nas redes e saber defender-se de ataques. E isto é a instrução básica militar digital, ou seja, todos os militares que entram na Marinha fazem cursos para garantir um nível mínimo de competências digitais e desenvolver competências ao longo da sua carreira. O digital confunde-se com o dia a dia, quer nos navios, quer nos sistemas em terra, em tudo. 

Qual é a estratégia e que desafios enfrentam?  

Queremos robotizar a Marinha. Isto significa que temos de ter sistemas suficientemente robustos para não sofrer interferências eletromagnéticas, que chamamos de jamming, e ao mesmo tempo não deixar que entrem nas nossas redes e manipulem os nossos sistemas. Para isso precisamos de combater dentro do espetro eletromagnético: garantir que determinadas frequências estão disponíveis para nós e não somos jammados, isto é, combater em simultâneo a manipulação e os conteúdos das redes. A Marinha tem uma necessidade muito grande deste tipo de redes operacionais, feitas por microondas e transmissores, que podem estar muito vulneráveis a espionagem e interferência. Nós fazemos a mesma coisa, tentamos espionar e interferir e ter capacidade para lutar e sobreviver num ambiente em que não é só o conteúdo que está em causa, mas a própria disponibilidade de rede. 

O tema da ciberdefesa é cada vez mais crucial. Numa realidade como a da Marinha, quais são os principais perigos e riscos que enfrentam?  

Enfrentamos riscos como todas as organizações que trabalham no ciberespaço. Temos os hackers de fim-de-semana, os profissionais, os que estão relacionados com o crime organizado, e enfrentamos os que são financiados e estruturas dos governos dos nossos opositores. Temos uma estrutura de ciberdefesa, associada a uma estrutura superior dos três ramos das Forças Armadas, e fazemos a administração e proteção dos serviços externos da Marinha. Estamos permanentemente, em real time, a verificar se há intrusões, se o tráfego é normal, se há saídas para determinados endereços esquisitos e quais os países e locais para onde está a fluir o nosso tráfego. Temos também uma sala Intel ligada à NATO, que permite saber os tipos de ataques, quem está a atacar e quais as técnicas usadas para incorporar nos sistemas.  

Somos atacados todos os dias. Temos mais de mil ataques por dia de diversos géneros, desde o hacker de fim-de-semana, ao hacker profissional, ao criminoso e ao agente estatal.  

Quais são os países que estão mais desenvolvidos em termos de digitalização das suas estruturas operacionais no domínio das Forças Armadas, em concreto as marítimas?  

A China e os EUA, seguidos da Europa e da Rússia. A NATO, enquanto organização de defesa, está muito desenvolvida e nós fazemos parte deste ecossistema. Hoje, combatemos numa rede, em que temos um navio em África, e um destacamento militar no extremo oposto, e é preciso conseguir manter estas redes ao longo de extensões imensas, como um sistema nervoso que recebe informações de vários sensores. Portanto é uma dificuldade superior à das empresas, que tem os seus circuitos fechados, com as suas sedes. A Marinha também tem as suas sedes e as suas bases, mas é o único ramo que atua nos quatro ambientes: debaixo de água, à superfície, no ar e em terra, com os Fuzileiros. A nossa complexidade é, por isso, bastante elevada.  

Como imagina o futuro desta força armada com todo o desenvolvimento tecnológico que estamos a viver e se prevê que continue? 

Na era digital estamos muito preocupados com a conectividade, com a rede e com a capacidade de poder operar através desta rede para não sermos interferidos, ou a informação ser roubada. Mas a informação é tanta, e é produzida em tanta quantidade, que o ser humano baralha-se e não a consegue analisar. Temos de encontrar sistemas para a organizar, para que os dados se transformem em informação e em conhecimento cognitivo. Para isso começámos a investir em sistemas periciais, como Inteligência Artificial (IA) e machine learning, que liberta os seres humanos das coisas mais pesadas, repetitivas, para coisas mais interessantes e críticas. Posso dizer-vos que só uma parte dos sensores da Marinha produz um terabyte de informação ao dia (mil gigabites), e se não se processar essa informação, há coisas que estão a acontecer e não vamos saber. É preciso que a IA permita perceber este volume de informação, e o que há de estranho para o ser humano atuar. Estamos a evoluir para uma superioridade cognitiva sobre os nossos adversários, que é o que pretendemos enquanto Forças Armadas e Marinha.  

Sabemos que tem um projeto pioneiro que envolve o desenvolvimento de navios preparados para operações militares com drones. Como vai funcionar exatamente e qual o papel da digitalização nessa operação?  

O papel é central. Este navio é uma plataforma de sensores e atuadores, que são drones, o que permite ter um alcance muito superior (1500 km) a um navio normal (70/80 km). O que permite, com menos investimento, usando as novas tecnologias e com menos pessoas, ter resultados operacionais superiores. Consigo ter sensores muito longe e espalhados num grande espaço que é o mar português, que é gigantesco, e simultaneamente agir sobre qualquer coisa que detete. Com um conjunto de braços robotizados velozes, evito que o navio se desloque lentamente até à posição, o que torna tudo muito mais rápido e a um custo muito mais barato. 

Que outros projetos inovadores estão em curso?  

Temos um acelerador tecnológico para o mar. Convertemos uma base militar, em Tróia, em base experimental e disponibilizamos uma infraestrutura a quem queira fazer experiências, de uma forma controlada, com muitos dos nossos equipamentos e capacidades. É um acelerador da transformação das empresas para o Mundo, muito mais sofisticado, robotizado e a operar num dos espaços mais agrestes que é o mar. Neste momento, sem a tecnologia não conseguimos fazer a nossa missão.  

Como olha para a guerra que se desenrola em território ucraniano e qual tem sido o papel da Marinha neste conflito?  

A Marinha russa tem sido um dos principais vetores de ataques do mar para terra, usando submarinos e plataformas navais, que são muito menos vulneráveis do que as plataformas terrestres. A coluna vertebral dos ataques de precisão, vem da Marinha russa, usando o Mar de Azov e o Mar Negro. Depois há toda uma estratégia de dissuasão e contenção, que envolve a NATO e nós, que é uma espécie, e digo-o entre aspas, de um “baile”, em que andamos a dançar uns com os outros e a controlarmo-nos uns aos outros.  

A Marinha do Mar do Norte russa usa navios militares, e de investigação científica, que podem ameaçar as infraestruturas debaixo de água e pôr em causa coisas importantes para o Ocidente, como, por exemplo, os cabos submarinos onde passa 99% do tráfego de internet. O controlo mútuo permite, caso haja uma escalada do conflito, ter uma foto imediata de onde estão os navios, para se agir de forma rápida. A nossa Marinha faz parte desse esforço da NATO e está, também, em grande atividade. Tudo o que acontece na nossa costa, como ponto de passagem do Mar do Norte para o Mediterrâneo e vice-versa, é controlado. O “bunkering” (trasfegas de combustível em alto mar) que fizeram durante um grande período foi controlado e seguido. E nós não o permitíamos nas nossas águas, na Zona Económica Exclusiva (ZEE) portuguesa, pelo perigo da operação poder poluir o mar.  

Como imagina o desfecho deste conflito?  

O desfecho é difícil de conceber, mas a Rússia deu um passo mais longo do que a perna e vai ter de retirar para se reintegrar na comunidade internacional. Não o fazer, é colocar a Rússia isolada da comunidade internacional, o que inclui a China também, que no início, aparentemente a apoiava, mas pouco a pouco está a afastar-se. A Rússia está num dilema e levar o país a pensar mudar de posição pode demorar tempo e é muito penoso. Eventualmente, pode significar uma mudança do equilíbrio de poderes. É um jogo de paradas e respostas que vão definir o próprio sistema de governança internacional no futuro. O que é muito mais do que a Ucrânia – é sobre como será o futuro da Europa. Será uma potência continental, marítima, ligada aos Estados Unidos da América? E como se vai posicionar em relação à China? E a Rússia como sairá deste conflito? Ficará de tal maneira enfraquecida que pode significar uma desestruturação da própria Federação Russa e isto é muito perigoso para Mundo. Há um limite que não devemos ultrapassar, pois a Rússia é importante na comunidade internacional, e essa comunidade também a deve controlar. É esse equilíbrio que ainda estamos a tentar encontrar.  

E estamos num momento decisivo.  

Na minha opinião, nós vamos viver pelo menos mais um ano de guerra. Um ano que vai esgotar a paciência dos países ocidentais, arrasar a Ucrânia e indiretamente a economia e posicionamento estratégico da Federação Russa, o que traz perigos, por estarmos a falar de uma das maiores potências nucleares. Historicamente já foi provado que os povos humilhados reagem muito mal. Não devemos humilhar, devemos encontrar uma saída que permita um novo equilíbrio na Eurásia. Simultaneamente, devemos perceber que há outros players, como os Estados Unidos, a grande potência marítima, o “Diretor do Ocidente”, e a China. Qual será o futuro da governança social, ninguém sabe. 

Estamos a viver tempos perigosos que vão alterar a nossa vida, e já estamos a sofrer impactos da guerra, apesar de estarmos muito longe. Esperemos que o mundo tenha inteligência suficiente para perceber que qualquer coisa nuclear significa a destruição da Humanidade. 

Há uma reconfiguração geopolítica.  

Sim, mas de quem foi a culpa? Os russos dizem que o Ocidente se expandiu demasiado para o Oriente, o Ocidente diz que foram adesões naturais. Não discuto a retórica dos conflitos internacionais, mas discuto a questão dos Direitos Humanos. O ser humano tem direito a existir com dignidade e em liberdade, e esse é o princípio base das sociedades ocidentais que pode estar em causa no futuro. A Agenda dos Direitos Humanos das Nações Unidas já está em causa, e, pelo conflito, pode ficar ainda mais, ameaçando a preservação do nosso sistema. A nossa “nave espacial”, que é o planeta Terra, é finita, e a última coisa que devemos fazer é destruí-la. E nada tem a ver com raça ou religião, é sobre o ser humano e todas as espécies. Se não tivermos cuidado com a Biosfera, a Humanidade pode extinguir-se. Diria que há duas questões: preservar “nave espacial” e a nossa liberdade. Fizemos o Mundo antropomórfico, em que o ser humano está no centro, mas ele não é o centro do Mundo, é só mais um animal da Natureza.  

Quem julgar acreditar que a sua segurança está na boa vontade do outro, está a fazer uma jogada muito arriscada. A nossa segurança está no equilíbrio de poderes com o outro, nunca na sua boa vontade.  

Se o outro se desarma, nós podemos desarmar, mas se o outro se arma, nós temos de nos armar. Temos de ter a capacidade de poder infligir no outro o dano suficiente que ele nos pode infligir, pois o desequilíbrio dessa relação faz, de um momento para o outro, desaparecer aquilo em que acreditávamos.  

Na grande atividade que falou existir na Marinha Portuguesa, quais são os principais trabalhos e prioridades?  

Neste momento, as minhas preocupações relacionam-se com os três níveis em que a Marinha funciona: continuar a revolução genética, terminar a revolução estrutural e iniciar uma revolução operacional. A nível genético, estamos numa Marinha envelhecida que precisa renovar navios e capacidades. Em parte, muito advém da tecnologia, mas, também, de que o tecido industrial português seja arrastado para essa renovação e que a maior parte do investimento fique em Portugal, nas empresas, Academias e nas Faculdades – há que reter e criar talento.  

A nível estrutural, a Marinha vivia dimensionada para 15 mil militares, neste momento tem 10 mil, entre militares e civis. Houve uma redução e reorganização, para se focar em coisas importantes e ganhar capacidade. Desde a contabilidade à administração interna, mais de mil pessoas estão a mudar de funções, em consequência da nova digitalização, cuja robotização dos processos liberta as pessoas para outras áreas. Conforme temos novos meios e novas capacidades, há uma revolução operacional, e é nessa revolução que me vou focar nos próximos anos, sendo que até agora estive mais concentrado na revolução genética e estrutural.  

E qual o papel do analógico entre a digitalização da Marinha e o apogeu da tecnologia? 

Os nossos procedimentos são desenvolvidos desde o cenário em que tudo está a funcionar, passando por semi-degradados, até chegar ao hardware puro e duro, só analógico. Apesar de toda a tecnologia para a navegação digital, continuamos a fazer a navegação astronómica, olhando para as estrelas. Na Marinha, o analógico faz sempre parte. Num cenário de degradação total, desde que haja combustível, e as máquinas trabalhem, nós continuamos a trabalhar e a comunicar pelos meios mais variados. 

Por Rita Rugeroni Saldanha e TitiAna Amorim Barroso 

Este artigo foi publicado na edição de inverno da revista Líder 

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