Aprender a tornar-se um líder mais resiliente, um anti-herói em vez de um líder heroico, pode ser útil considerando que o ano de 2023 será mais um ano de volatilidade global. É esse o conceito por detrás de uma liderança sapiente, o termo usado para descrever líderes que são genuínos, vulneráveis e sagazes – e apoiam-se nestas características em tempos de crise. A Inc partilha quatro passos a seguir:
Praticar a humildade
Para que os seus colaboradores se sintam confortáveis e confiem em si, tem de lhes dar razão para tal. É por isso que os líderes perspicazes incarnam a humildade, autenticidade e abertura, o que ajuda a criar um ambiente de segurança psicológica.
Isso, por sua vez, cria um espaço em que os funcionários se sintam confortáveis sendo seres humanos que podem cometer erros, podendo assim sentir-se livres para falar honestamente, mesmo que isso por vezes implique discordar das lideranças.
“Isto é muito importante por, quando os colaboradores se sentem com essa segurança psicológica, apresentam algumas das suas ideias, experiência e conhecimentos, o que pode realmente ajudar o líder a gerir de uma maneira muito melhor”, afirma Ron Gutman, empresário e professor adjunto em Stanford.
Criar confiança
O segundo dos pilares da liderança sábia baseia-se no primeiro: fomentar a confiança. Uma organização confiável é aquela que ajuda tanto os colaboradores enquanto indivíduos, e enquanto equipas, o que as leva a funcionarem mais eficientemente. “A ideia de que todos somos humanos, autênticos e trabalhamos em conjunto por algo, basicamente cria esta dinâmica em que o líder pode realmente beneficiar de ambientes em constante mudança”, acrescenta o empresário.
Nunca parar de aprender
Líderes sapientes não se comprometem apenas com formação durante períodos voláteis, mas procuram criar empresas que são organizações de aprendizagem permanente – tanto que se torna parte do ADN da empresa. Isso significa cultivar uma organização que está sempre curiosa e constantemente em busca de novos conhecimentos em novas matérias.
Líderes que estão presos aos seus costumes e resistem à mudança tornam as suas organizações rígidas, o que faz com que estejam menos preparadas para gerir um cenário imprevisível que possa surgir.
“As organizações que celebram as aprendizagens e formação contínua fazem com que tanto líderes, como equipas e a própria empresa consigam consecutivamente adaptar-se a um mundo que está em constante mudança”, diz Gutman.
O professor sugere ainda que empresários dediquem pelo menos 30 minutos por semana a aprender algo novo, dando assim o exemplo.
Saber qual é o propósito partilhado
No centro de cada organização está o seu propósito e valores partilhados que, durante os períodos de crise, podem reforçar a resiliência quando todos estão alinhados. “Os líderes que foram diligentes em construir este sentido de propósito e valores e que aprofundaram as fundações e fundamentes da organização são os que notaram mais resiliência quando surgem desafios”, comenta.
Se ainda não estiver convencido, Gutman tem um argumento final: a liderança sapiente não só atrai talento melhor, como também cria valor económico enorme, já que leva a resultados melhores. Os colaboradores com lideranças empáticas que ouvem os problemas dos seus subordinados têm 62% menos probabilidades de entrarem em burnout, de acordo com um estudo da Gallup. “A liderança sapiente é um íman para pessoas incríveis”, conclui.