No passado dia 14 de maio, os Conselheiros Líder reuniram-se para mais um Encontro, desta feita para ouvir João Maria Jonet, comentador e analista político. A conversa, que teve lugar na Casa da Praia, nas instalações do WYGroup, em Santo Amaro de Oeiras, centrou-se nas eleições legislativas, numa análise do panorama político português e mundial. O momento contou com a moderação da jornalista Leonor Wicke.
O comentador começou por dizer que as previsões e sondagens excesivas podem ser perniciosas, por ninguém ter uma bola de cristal. «Especificamente nos políticos portugueses, em vez de se sentirem líderes, passaram a ser uma espécie de sondagem ambulante», acrescentou.
Criticou também a falta de interesse dos políticos portugueses em relação ao panorama geopolítico internacional, destacando, em especial, a abordagem nula à Administração Trump. No geral, «temos políticos produzidos por juventudes partidárias, cujo foco único é ganhar eleições internas», criticou.
A falta de responsabilidade põe em causa a qualidade dos políticos
Em causa esteve também a ineficácia dos debates, a superficialidade dos discursos, a ausência de propostas concretas e a forma como os media e os próprios comentadores alimentam esta lógica de política-espetáculo. «As pessoas consomem política como entretenimento e os media alinham porque é o que dá audiência», diz.
A falta de escrutínio, quer por parte dos orgãos de comunicação social, quer pelo próprio eleitorado, tem criado um meio que se perpetua o sentimento de impunidade e a ausência de responsabilidade em mudar.
«Os nossos políticos não sentem medo, porque estão fechados dentro das suas estruturas partidárias», acrescentou Jonet, criticando a forma como os partidos se fecham em estruturas internas de poder, impedindo a renovação e desincentivando a militância ativa.
A qualidade e responsabilidade dos líderes políticos está em xeque e o analista não tem pejo em admitir que existe uma crise nas lideranças. «A coisa que mais falta no mundo é a pessoa sentir a necessidade de ser líder. Estar convicto de uma coisa e querer fazê-la — em vez de andar só a ver o que não vai ofender ninguém», conclui.
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