Os níveis de produtividade em Portugal continuam muito abaixo da média europeia, segundo o relatório “Estado da Nação 2022”, da Fundação José Neves, o que revela que os processos tecnológicos não são, por si só, a solução ideal para o sucesso.
Os líderes estão frequentemente mais focados em tecnologias e metodologias do que na aprendizagem e desenvolvimento das suas equipas. Nesse sentido, a Emergn partilha três estratégias que os líderes podem adotar para aumentar a confiança, respeito e performance com impacto, no local de trabalho.
Criar um ambiente de trabalho focado no colaborador
O ambiente de trabalho deve ser centrado nos colaboradores, não centrado na tecnologia. De acordo com o relatório “Realizing the Human-Machine Relationship”, em 2021, 64% dos líderes tecnológicos afirmou que os seus processos de trabalho eram “inteligentes”, mas apenas 32% se descreveu enquanto “especialista” na área da tecnologia. O que realça que mais do que aplicar tecnologia de ponta, as empresas devem educar as suas equipas para que consigam lidar com a transformação digital.
Para potenciar o desempenho e aumentar a produtividade, os líderes devem garantir que as suas equipas estão preparadas para perceber como utilizar a tecnologia a implementar. Ouvir e compreender o feedback das equipas é essencial para garantir eficiência no trabalho, bem como educar os colaboradores sobre o processo de tomada de decisão por detrás de novos softwares ou operações que estão a ser implementados e aumentar o seu compromisso.
Apoiar o crescimento e progressão de carreira dos colaboradores
Após meses ou mesmo anos de trabalho remoto, muitos colaboradores preferem continuar a trabalhar de casa. A flexibilidade e acessibilidade permitiu aos profissionais ter horários mais flexíveis, um maior conforto e muitas vezes, uma maior qualidade de vida. Estas vantagens levaram muitos a acreditar que empresas a pedir às suas equipas para voltarem ao escritório, de forma parcial ou total, fizeram-no apenas para seu próprio benefício. Porém, voltar ao escritório tem várias vantagens, especialmente no que diz respeito ao bem-estar do colaborador e ao seu crescimento profissional.
Ainda que as ferramentas digitais tenham permitido reunir pessoas fisicamente distantes, os colaboradores continuam a precisar de interações presenciais para combater a solidão e melhorar características sociais com os seus colegas. Além disso, estes momentos mais sociais fomentam o crescimento e a motivação dos profissionais, bem como a sua produtividade. Ao estarem juntos de forma regular, os colaboradores sentir-se-ão mais colaborativos e prontos para, em equipa, criar impacto nos seus projetos.
Repensar o papel do líder e cultivar a autonomia dos colaboradores
As técnicas mais antiquadas de gestão de topo-para-baixo não vão sobreviver num mercado de trabalho de ritmo intenso e interligado. Os líderes precisam que os seus colaboradores consigam pensar e reagir de forma rápida a situações únicas e potencialmente críticas. Hoje, as empresas devem redefinir os papéis de liderança, onde os líderes são mais comprometidos e práticos com as suas equipas – este tipo de liderança é conhecido como servant leadership.
A liderança servidora é um modelo alternativo à liderança tradicional que pressupõe que o líder esteja presente no negócio de forma ativa, prática e colaborativa, colocando as necessidades e interesses dos colaboradores no centro do negócio. O objetivo deste tipo de liderança é partilhar o poder, trabalhar em conjunto e comunicar e liderar pelo exemplo. Os colaboradores sentem-se comprometidos e motivados para aumentar a sua performance quando observam que também os seus líderes o fazem. Ao sentirem-se ouvidos, os colaboradores irão confiar mais nas suas empresas e líderes e atingir níveis de desempenho de excelência, passando a atuar ainda como “embaixadores” da marca.
Desta forma, ao readaptarem o seu papel, os líderes conseguem fortalecer a inclusão e relações de confiança, levando a que os colaboradores se sintam mais conectados à empresa e negócio. Esta sensação de conexão é potenciada quando se oferece liberdade de escolha – ou autonomia – às equipas e direções claras sobre o caminho a seguir. Ao confiarem nas suas equipas e permitirem flexibilidade nas suas decisões, os líderes conseguem criar um local de trabalho saudável, onde o bem-estar e as escolhas feitas com convicção são prioridade, e realidade.