“Adeus” ao espartilho da semana de 40h/5 dias e “Olá” à flexibilidade no trabalho. Em nome da produtividade e bem-estar das pessoas, no novo paradigma do trabalho, estamos realmente prontos para o trabalho remoto? E como podem os líderes evitar desconexões e atender às necessidades dos seus colaboradores à distância? A Adecco Portugal enumera as três vias a seguir para que o trabalho remoto seja um ganho para ambas as partes.
#1 Os líderes precisam de tempo de qualidade com as suas equipas
Nos tempos em que todos partilhávamos um escritório a toda a hora, as interações informais permitiam a partilha de informação e as relações desenvolviam-se de forma orgânica. Com o trabalho remoto, os líderes têm de organizar o seu tempo para conversas de “um para um” com cada membro da sua equipa, para debater questões relacionadas com as suas carreiras e até com questões físicas e psicológicas. Estas conversas “cara a cara” são essenciais para assegurar que cada membro tem tempo semelhante com os seus líderes.
Devem ainda ser consideradas mais parcerias entre colaboradores, ou seja, os líderes devem juntar mais do que uma pessoa num projeto específico de forma a potenciar as relações interequipas.
#2 As empresas devem reinventar os seus escritórios e a forma como os colaboradores usam o espaço
Apesar de muitos empregadores terem incentivado o regresso ao escritório dos seus colaboradores, assim que as condições restritivas geradas pela pandemia acalmaram, aspiram agora a acordos híbridos de trabalho. Os mais dinâmicos já estão a mudar o layout e a localização dos seus escritórios de forma a atender às necessidades do trabalho à distância.
É também extremamente importante que as organizações capacitem as suas equipas de forma a estabelecer um modelo híbrido que funcione bem para eles. A maioria dos trabalhadores querem passar pelo menos algum tempo num escritório. Os líderes têm, então, de encontrar a melhor forma de colocar as suas equipas juntas fisicamente, tendo em conta as eventuais diferentes necessidades das outras equipas.
#3 Um bónus pela resiliência
A maior parte dos líderes está consciente do enorme esforço dos seus colaboradores desde o início da pandemia. Pessoas que se mantiveram firmes com as suas empresas, fizeram trabalho extra quando foi preciso e que se adaptam ao trabalho à distância sem interrupções. Se há uma altura ideal para reconhecer o seu contributo, é agora.
Tal como todos os programas de reconhecimento, os prémios, ou compensações, não têm de ser monetários. As pessoas ainda se sentem desligadas, mais do que antes da pandemia. É muito fácil que este sentimento se torne em medo de que os seus sacrifícios não estejam a ser suficientemente valorizados.
Ter tempo para conhecer e reconhecer estes esforços poderá ser uma forma de reter talento num mercado favorável ao “vendedor”. O futuro é incerto, mas também muito promissor para líderes e organizações que sabem reconhecer os impactos negativos do desafio da proximidade e tomar medidas de mitigação do seu impacto nas relações internas nas suas empresas.
É, assim certo, que as “velhas” oito horas por dia, cinco dias por semana são coisa do passado. As organizações que reconhecem esta tendência e que tomam medidas para manter as relações fortalecidas conseguem ser recompensadas em termos de produtividade.