Jacek Olczak o recente CEO da Philip Morris International (PMI) foi um dos oradores convidados do evento global Concordia Annual Summit e na sua intervenção descreveu como as práticas de exclusão de organizações antitabagismo e ONGs estão a tornar difícil o caminho para a redução de danos do tabaco e a introdução de alternativas cientificamente comprovadas.
Num apelo para que se acabe com “as abordagens ultrapassadas e excludentes que nos impedem de avançar como sociedade” e que se “coloque a saúde pública acima da ideologia”, Jacek Olczak reforça a profunda transformação que a PMI está a passar e o compromisso emergente de um mundo sem fumo. “Um futuro melhor é um futuro sem cigarros”, afirma.
Globalmente, cerca de mil milhões de pessoas são fumadoras e as medidas regulatórias para reduzir esse número tiveram, na sua perspetiva, um efeito limitado e insuficiente para resolver o problema.
A resposta está num forte compromisso entre a ciência e a inovação tecnológica, cujos avanços foram visíveis na última década com empresas, como a PMI, a desenvolver produtos livres de fumo que eliminam a combustão – produtos como cigarros eletrónicos (vaporização de nicotina) e sistemas de tabaco aquecidos. Embora não sejam isentos de riscos, o CEO da PMI refere que “esses produtos foram cientificamente comprovados como uma melhor alternativa ao fumo contínuo”. A Food and Drug Administration (FDA) ao autorizar o sistema de tabaco aquecido como um Produto de Tabaco de Risco Modificado, observou que é “apropriado promover a saúde pública” e “espera-se que beneficie a saúde de toda a população. ”
O que parece ser um avanço positivo em termos de saúde pública, ficou limitado a grupos de interesses, ideologias e políticas. “As portas fechadas, o sigilo e a intriga que marcaram as críticas à indústria do tabaco há 30 anos são agora, ironicamente, uma prática padrão para muitas organizações antitabagismo e ONGs”, alega Jacek Olczak reforçando ainda que é necessário remover os princípios políticos e ideológicos que impedem o progresso.
“Ciência é ciência. Factos são factos” e as descobertas científicas feitas pela indústria do tabaco não têm recebido a devida atenção. “Precisamos remover o estigma de que a inovação científica financiada por uma empresa de tabaco não é confiável ou de interesse público. Igualmente essencial, é parar de excluir desta discussão os homens e as mulheres que fumam. Essas são as pessoas que têm mais a ganhar com alternativas de risco reduzido. Eles devem ter uma voz”, conclui o responsável.
Termina hoje em Nova Iorque mais um encontro da ONG Concordia (fundada em 2011), que junta líderes de todo o mundo, empresariais, governamentais e sem fins lucrativos, para a reflexão, diálogo e formação de parcerias com impacto social.