A chegada da época alta assume-se como um período desafiante para diversos setores, nomeadamente para o do retalho, dado o aumento da procura estar associado a uma maior pressão sobre os colaboradores, que devem estar preparados para responder aos desafios logísticos e de atendimento de forma eficaz e produtiva. Neste contexto, o cenário de escassez de talento também não é favorável.
Segundo dados do ‘Global Talent Shortage 2025’, do ManpowerGroup, 87% dos empregadores do setor de Bens e Serviços de Consumo em Portugal têm dificuldades em encontrar o talento de que necessitam.
Face a esta realidade desafiante, a Manpower partilha cinco estratégias para ajudar as empresas do setor do retalho a manterem – e inclusive aumentarem – a produtividade no verão, período acompanhado por uma maior exigência operacional.
1. Planeamento e gestão antecipada do talento
A época alta exige uma preparação atempada por parte dos empregadores, que devem calcular, com base na análise de dados históricos de vendas e das características específicas do negócio e da região, os reforços necessários para este período. Nesta planificação, devem prever a necessidade de horas extra, possíveis limitações técnicas e a capacidade de entrega das equipas, conseguindo, assim, organizá-las e garantir o seu bem-estar ao longo de toda a jornada de trabalho.
Para estes momentos, o reforço das equipas com o recurso a soluções de trabalho temporário pode ser uma estratégia eficaz, permitindo às empresas garantir que dispõem de talento qualificado e responder, assim, eficazmente aos desafios sazonais.
2. Integração e formação de equipas
Os resultados do Talent Shortage indicam que, para 15% dos empregadores em Portugal, as competências técnicas em Atendimento e Relação com o Cliente são das mais difíceis de recrutar. Por isso, investir numa integração e formação eficaz das equipas é essencial para manter um serviço de excelência e fidelizar o talento qualificado.
Programas de formação e onboarding otimizados, com foco na aplicação prática e no reforço de competências essenciais – como a resolução de dúvidas e conflitos, a gestão de caixa ou a reposição de stocks – reduzem o tempo de adaptação e promovem a produtividade.
3. Oferta de benefícios personalizados
Para garantir a produtividade das equipas é necessário assegurar uma boa gestão das suas necessidades, já que este é um setor que implica, muitas vezes, horários desafiantes e exigentes para os profissionais. Por este motivo, dispor de medidas de compensação além dos salários é fundamental para equilibrar uma operação fluída com o bem-estar do talento.
Benefícios como refeições gratuitas, descontos ou alojamento para os colaboradores e familiares permitem, desta forma, melhorar a proposta de valor dos empregadores e garantir que as equipas se sentem motivadas e produtivas.
4. Digitalização de processos operacionais
As tarefas mais repetitivas, como inventários e etiquetagem, têm-se tornado cada vez mais automatizadas, concedendo aos profissionais mais tempo e disponibilidade para a concretização de funções com mais valor e que dependem do fator humano, como o apoio ao cliente ou a análise de vendas e movimentos de stock. Por outro lado, a incorporação de ferramentas digitais no atendimento permite igualmente oferecer uma maior abrangência de canais e oportunidades de contacto, indo ao encontro das necessidades dos clientes quando e como estes preferem, oferecendo uma melhor experiência de compra.
A externalização desta atividade de atendimento digital e remoto, seja de forma total ou parcial, surge como uma solução estratégica para assegurar uma elevada cobertura de serviço, sobretudo nos momentos de maior afluência. Esta abordagem permite às empresas manterem a qualidade e abrangência do atendimento, ao mesmo tempo que otimizam recursos e cargas de trabalho.
5. Monitorização contínua do desempenho e feedback
O acompanhamento regular do desempenho individual e coletivo é essencial para identificar áreas de melhoria em tempo real. Incentivar o feedback entre colaboradores e gestores fortalece o espírito de equipa e promove uma adaptação mais dinâmica e ajustada aos desafios atuais. Ao mesmo tempo, é essencial estimular uma cultura que permita aos profissionais falarem de forma aberta com as lideranças, para que possam expor as suas dificuldades e partilhar sugestões de melhoria, garantindo a otimização do negócio durante a altura de maior pico.
A implementação destas estratégias, desde o planeamento antecipado, até à monitorização contínua do desempenho e feedback, permite melhorar a produtividade das empresas de retalho na época alta, fortalecendo a experiência dos colaboradores. Ao aliar a tecnologia a uma cultura centrada nas pessoas e no trabalho em equipa, a operação pode ser facilitada, mesmo nas fases mais desafiantes.