Com o aumento da procura por crédito pessoal e crédito habitação em Portugal, vários consumidores continuam a assinar contratos sem compreender totalmente os compromissos que estão a assumir. Muitos portugueses leem o contrato de crédito na diagonal e confiam que as condições principais estão claras.
No entanto, além das regras mais básicas, existem cláusulas menos óbvias que podem escapar ao radar dos menos atentos e ter um impacto financeiro significativo ao longo do tempo. Por esse motivo, interpretar cuidadosamente o contrato de crédito é crucial para conhecer os direitos e deveres que muitos ignoram.
Conheça as alíneas que podem parecer inofensivas, mas pesam no bolso.
Comissão de amortização antecipada
Amortizar um crédito antes do prazo é, em teoria, uma forma inteligente de poupar juros. Mas muitos consumidores não sabem que esta ação tem custos associados.
A comissão de amortização antecipada, permitida por lei dentro de certos limites, pode, dependendo dos casos e particularmente quando o reembolso é parcial, fazer com que nem sequer seja benéfico amortizar, especialmente se for feita logo nos primeiros anos do contrato.
Vendas associadas
É prática comum os bancos oferecerem condições promocionais mediante a adesão a produtos adicionais, como cartões de crédito ou contas, por exemplo. Estas vendas associadas e opcionais, são, na prática, uma condição para manter a bonificação no spread ou outros benefícios.
Contudo, falamos de produtos que implicam custos. O resultado é um encargo mensal ou anual com o qual o consumidor nem estava a contar.
Obrigatoriedade de contratação de seguros associados
No crédito à habitação, os seguros de vida e multirriscos são exigidos por lei, mas o consumidor tem liberdade para contratá-los fora do banco, desde que cumpram os requisitos definidos. Ainda assim, muitos contratos incluem cláusulas que favorecem os produtos do próprio banco ou impõem penalizações (como aumento do spread) em caso de substituição.
No caso dos créditos ao consumo, por sua vez, muitos consumidores desconhecem que os seguros são facultativos, o que pode resultar em custos não previstos antecipadamente.
Saber o que está a assinar é a melhor forma de proteger o seu dinheiro
Perceber a diferença entre o que é obrigatório por lei e o que é imposto contratualmente faz toda a diferença no momento de escolher um crédito. Por esse motivo, é crucial que saiba ler e interpretar o contrato de crédito antes de oficializar o financiamento.
Estas cláusulas estão legalmente previstas, mas muitas vezes não são devidamente compreendidas e valorizadas pelos clientes. Ler o contrato com atenção e colocar perguntas antes de assinar continua a ser a melhor forma de proteger o seu dinheiro.