Apenas 47% dos trabalhadores portugueses afirmam estar muito satisfeitos com a sua situação profissional, uma das percentagens mais baixas entre os congéneres europeus. Estes valores refletem uma insatisfação crescente, que atinge sobretudo os mais jovens, e que obriga a repensar o modelo de trabalho em Portugal.
Estas são algumas conclusões do estudo internacional levado a cabo pelo Gi Group Holding, ‘The Generational Equation: Can the Workplace Truly Change Lives?’, que pretende averiguar o que procuram as novas gerações no emprego.
Nova geração, novas prioridades no que procuram
A pesquisa mostra que a Geração Z e os Millennials estão a transformar o local de trabalho, ao exigir muito mais do que um bom salário. Propósito, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, oportunidades de aprendizagem e compromisso real com causas sociais são agora fatores centrais na escolha de um empregador.
Em Portugal, 81% dos inquiridos identificam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional como prioritário, valor acima da média global (74%). Em contrapartida, os benefícios tradicionais como acesso a carro da empresa estão a perder relevância, refletindo uma preferência por incentivos que ofereçam liquidez ou flexibilidade imediata.
Formação, equidade e culturas inclusivas
A formação também continua a ser um aspeto muito valorizado. No entanto, o acesso desigual a estas oportunidades, especialmente entre os trabalhadores com salários mais baixos, levanta questões sobre a equidade e o impacto real das políticas de upskilling.
«A Geração Z quer mais do que um contrato. Procura uma experiência profissional com significado, alinhada com os seus valores, onde tenha voz e espaço para crescer. Empresas presas a modelos rígidos ou benefícios tradicionais arriscam-se a perder relevância e é por isso fundamental construir culturas inclusivas e adaptáveis», afirma Inês Casaca, Business Manager Grafton, RPO e Interim Management.
O estudo sublinha ainda que os trabalhadores mais jovens atribuem grande importância à autenticidade das empresas, sendo influenciados por testemunhos reais de colaboradores mais do que por campanhas institucionais. A reputação como empregador, a coerência entre discurso e prática e a presença digital assumem um papel decisivo na atração de talento.
Face a este cenário, o Gi Group Holding reforça que adaptar-se às prioridades da nova geração não é uma tendência passageira, mas sim uma resposta essencial aos desafios do futuro do trabalho.