A inteligência artificial já não é só tema de conferências ou de planos de inovação para 2030 — está a entrar, em força, no quotidiano dos escritórios. O uso diário de IA cresceu 233% desde novembro, e 60% dos trabalhadores de escritório já a utilizam. Entre os que a usam todos os dias, a diferença nota-se: são 64% mais produtivos, sentem-se 58% mais focados e 81% mais satisfeitos com o trabalho que fazem.
Os dados são do Slack Workforce Index, apresentado esta semana pela Salesforce, num inquérito que ouviu cinco mil profissionais em vários pontos do globo. O estudo mostra que a IA deixou de ser apenas uma ferramenta de automatização. Hoje, é usada para aprender, criar, estruturar ideias ou tarefas para as quais os utilizadores não tinham, até aqui, competências. Mais de 96% dos inquiridos que usam IA admitem estar a fazer agora coisas que antes não conseguiam fazer. E querem mais: oito em cada dez querem que os agentes de IA os ajudem em brainstormings, pesquisas e apresentações.
Denise Dresser, CEO do Slack, afirma que «à medida que os trabalhadores adotam a IA com crescente confiança, as empresas ganham uma oportunidade clara de gerar maior produtividade e inovação, enquanto os trabalhadores se tornam mais confiantes e realizados.»
Millennials sentem-se mais ligados
São os Millennials, e não a geração Z, quem lidera esta revolução. Trinta por cento afirmam já ter conhecimento avançado de agentes de IA — e 68% usam-nos para tarefas estratégicas, como criação de documentos, resumos e ideias para novos projetos. Já 43% dos executivos também revelam uma utilização diária da IA, embora essa percentagem vá caindo para 23% nos gestores intermédios.
Apesar dos receios iniciais, a IA não está a afastar os trabalhadores uns dos outros. Pelo contrário. Os utilizadores diários reportam uma ligação 246% mais forte com os colegas e um sentimento de pertença 62% maior. E até entre a geração Z, nativa digital, um em cada três afirma que a IA os fez sentir mais ligados no trabalho.
«Quando se trata de trabalhadores e IA, os dados demonstram-nos que ver é crer», resume Lucas Puente, vice-presidente de investigação do Slack. À medida que experimentam a tecnologia, os trabalhadores parecem confiar mais nela — e, acima de tudo, confiam mais em si próprios.
Veja o estudo completo aqui.