A cerimónia de lançamento oficial da reCenter Culture juntou vários players nacionais dos setores económico e cultural no jardim do Grémio Literário em Lisboa, no final do dia de ontem [27 de maio].
A nova agência para o investimento no sector da Cultura nacional, parceiro na recuperação da economia e da sustentabilidade social do País, pretende contribuir ativamente para o recentramento do pilar da cultura na sociedade portuguesa, ajudando-o a captar investimento financeiro e conferindo-lhe novas competências na área da gestão, economia e comunicação, bem como novas áreas de intervenção. Também foi tido em conta o facto de este ser o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável decretado pelas Nações Unidas, o mesmo ano do desenvolvimento do New European Bauhaus pela Comunidade Europeia, e num tempo de pandemia em que o setor da cultura nacional sofre uma das suas maiores crises.
No lançamento da reCenter Culture o primeiro painel foi dedicado à apresentação do projeto, que contou com a moderação de Anabela Mota Ribeiro, Jornalista, e com as intervenções de Guta Moura Guedes Presidente da experimentadesign, Sara do Ó, Board Member da DFK & CEO do Grupo Your, e Vítor Santos, Senior Partner, DFK.
O segundo painel, intitulado “A Economia e a Cultura na Revitalização de Portugal”, contou com a moderação de Pedro Santos Guerreiro, Jornalista, e com as intervenções de Paulo Pereira da Silva, Presidente da Renova, Isabel Costa, Owner e Founder, Burel Mountain Originals, Sofia Campos, Diretora da Companhia Nacional de Bailado, e João Louro, Artista Plástico. O encerramento da cerimónia foi feito por Jorge Portugal, General Manager, COTEC Portugal.
No âmbito do lançamento oficial da agência, foi também apresentada uma linha pro bono de apoio ao sector cultural específica para o contexto pandémico, a SOS Cultura 21, que procura mitigar os efeitos da pandemia e relançar o sector cultural, um dos setores mais atingidos pela presente crise económica. Esta linha propõe-se a maximizar oportunidades de cofinanciamento europeu e nacional e contribuir para a retoma financeira da economia nacional e dos seus diversos setores, indo ao encontro da estratégia adotada pela Comissão Europeia de capacitação financeira das organizações, públicas e privadas, dos Estados-Membros.
Para Guta Moura Guedes, Presidente da experimentadesign, “a agência reCenter Culture responde a duas questões fundamentais para o desenvolvimento de Portugal: primeiro, é urgente apoiar ativamente o sector cultural nacional, que sofreu dramaticamente com a pandemia. Sejamos claros: sem cultura somos menos que nada. Depois, à luz do presente século, é imperativo colocar o sector cultural ao nível de qualquer outro sector da sociedade. Isto significa captar e dirigir mais investimento para a cultura, como fazemos para a ciência e tecnologia, e introduzi-la como fator de recuperação de um futuro que sabemos ter de ser mais sustentável económica, ambiental e socialmente. Cultura é o que nos faz humanos; humanidade é o que nos vai permitir sobreviver num mundo em redesenho”.
Sara do Ó, Board Member da DFK e Founder & CEO do Grupo Your afirma “Sabemos que o setor cultural tem uma diversidade e uma riqueza que muitas vezes não é percebida pela maioria das pessoas. Sabemos também que as práticas de gestão podem tornar os agentes culturais mais robustos. E sabemos também que as empresas podem ter um papel de intervenção na sociedade, também pela cultura, e podem ir mais longe na forma como intervêm na sociedade, e nos projetos que lideram, se enriquecerem os projetos pela via da cultura, da inovação e do design. Não há razão nenhuma para que não criemos mais sinergias entre o sector cultural e empresarial, todos temos a ganhar, e como disse, as competências são complementares.”
Segundo Catarina Zagalo, Head of Communications & Market Relations da DFK, “Há um reconhecimento felizmente já generalizado, que cabe a qualquer empresa um papel além de gerar lucro e criar emprego. Também tem que o fazer, mas não chega. Tem que intervir na sociedade, e tem que contribuir para o desenvolvimento sustentável, em todas as dimensões da sustentabilidade, incluindo, na cultura.”
Por último, Jorge Portugal, General Manager da COTEC Portugal, afirma que “o peso das atividades culturais na economia já é significativo. A cultura tem externalidades positivas com as restantes atividades económicas e para a imagem do país e, por isso, é um impulsionador da produtividade. O que é verdadeiramente necessário agora é passar à ação e transformar esta atividade numa indústria de alcance global. Portugal tem todas as condições para alcançar tal meta e o reCenter Culture, a qual a COTEC Portugal é parceiro, poderá ter uma contribuição relevante.”