As organizações esperam que a Inteligência Artificial permita poupar 12,7 mil milhões de dólares (11,6 mil milhões de euros) em poupanças de custos e 19,5 mil milhões de dólares (17,7 mil milhões de euros) em novas receitas nos próximos três anos.
Esta conclusão é avançada na terceira edição do ‘State of Mainframe Modernization Survey’, um estudo levado a cabo pela Kyndryl, fornecedora de serviços tecnológicos empresariais críticos.
A investigação mostra como as organizações estão a redefinir o papel do mainframe (sistema computacional de alto desempenho, essencial para o processamento de grandes volumes de dados críticos e transações) num cenário digital em profunda transformação.
O estudo revela que as empresas estão a acelerar estratégias de modernização, a expandir a adoção de IA e a reforçar o mainframe como pilar dos ambientes híbridos de TI, enquanto enfrentam escassez de talento e novas exigências regulatórias.
ROI da modernização e ascensão do mainframe com IA
De acordo com 500 líderes empresariais de TI inquiridos, os custos dos projetos de modernização têm diminuído, enquanto o retorno sobre o investimento (ROI) aumentou significativamente.
O ROI reportado varia agora entre 288% e 362%, consoante a estratégia adotada – modernização no mainframe, integração com a cloud ou migração de procedimentos de trabalho para outras plataformas.
Além disso, 80% das organizações ajustaram a sua estratégia de modernização no último ano, em resposta à evolução do mercado, a desenvolvimentos geopolíticos, a novas regulamentações e à emergência de tecnologias disruptivas.
A IA, que até há pouco tempo era vista como uma promessa futura, afirma-se atualmente como catalisador imediato de valor para o negócio. Cerca de 90% das organizações já implementaram ou planeiam implementar IA generativa no mainframe, prevendo ganhos expressivos.
«O mainframe tornou-se na espinha dorsal das estratégias»
A tecnologia está também a colmatar a falta de competências nas equipas, sendo que 56% das organizações aumentaram o uso do mainframe no último ano, ao descobrirem novas funcionalidades estratégicas para esta tecnologia em ambientes híbridos.
«O mainframe transformou-se na espinha dorsal das estratégias empresariais híbridas, alimentada pela IA, gerando retornos de milhares de milhões e contrariando todas as previsões do seu desaparecimento – estamos perante uma mudança de paradigma que irá redefinir a computação empresarial nos próximos anos», afirma Hassan Zamat, Global Practice Leader for Core Enterprise & zCloud na Kyndryl.
«As organizações estão a adotar uma abordagem muito mais pragmática à modernização para potenciar melhores resultados e incorporar novas tecnologias. Trabalhar com os parceiros certos é essencial para construir uma plataforma resiliente, segura e preparada para o futuro», conclui.
Competências, talento e compliance em foco
O inquérito destaca ainda que o sucesso da modernização depende cada vez mais da disponibilidade de talento com competências em tecnologias legadas e emergentes.
Sete em cada dez organizações (70%) afirmam ter dificuldade em encontrar perfis multifuncionais adequados, e 74% continuam a recorrer a fornecedores externos para acelerar os seus programas de modernização.
A segurança e a conformidade regulatória assumem também um papel determinante: 94% dos inquiridos admitem que os seus planos de modernização são fortemente condicionados por requisitos de compliance.
O relatório conclui que, apesar dos desafios, o mainframe mantém-se como peça central das capacidades tecnológicas críticas das empresas, agora potenciado pela Inteligência Artificial.