O mundo do trabalho tem vindo a transformar-se ao ritmo das novas gerações. Entre todas, a geração nascida entre 1997 e 2012, conhecida como Gen Z, introduz hoje um novo paradigma nas relações laborais. O estudo “The Generational Equation”, da Gi Group Holding, revela que o que motiva os jovens não é apenas um salário competitivo ou benefícios tradicionais, mas sim os valores, o propósito, o equilíbrio e a autenticidade das organizações.
Para estes profissionais, o trabalho deve ter significado e contribuir para um projeto maior. É o ponto decisivo da consistência entre aquilo que se diz e aquilo que se faz. As Políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) deixaram de ser apenas desejáveis: são essenciais para atrair e reter talento. O estudo mostra que 73% dos jovens consideram essencial que as empresas promovam estas estratégias. Contudo, 67% sentem que as organizações ainda estão longe de passar da teoria à prática, o que pode comprometer a reputação e a capacidade de fidelização deste talento. Os jovens avaliam as empresas pela coerência entre o discurso e a prática, privilegiando testemunhos reais e experiências vividas, em detrimento de campanhas institucionais.
Essa perceção de incoerência constitui um alerta claro para as empresas: a Geração Z está atenta e valoriza a sinceridade e a transparência. Os novos talentos querem ver multinacionais e PMEs com ambientes verdadeiramente inclusivos, onde a diversidade de género, raça, orientação sexual, geração e outros aspetos não só é aceite, como valorizada como motor de inovação, criatividade e bem-estar. Mais ainda, procuram o reflexo dessas práticas na cultura do dia a dia, através de programas efetivos de equidade salarial e oportunidades reais de crescimento para todos. E isto reflete-se muito além da atração. Influencia decisivamente a permanência na
empresa, uma vez que os jovens procuram cada vez mais ambientes alinhados com os seus valores pessoais – sobretudo a inclusão e a justiça social.
Numa realidade cada vez mais multigeracional e competitiva, alinhar as estratégias de recrutamento a estas exigências, promover a diversidade e cultivar uma cultura autêntica tornaram-se fatores decisivos. O desafio está lançado: só as empresas que traduzirem valor em ação conseguirão captar e envolver as novas gerações. Afinal, no atual mercado de trabalho, as pessoas procuram mais do que um emprego – procuram um sentido de pertença e propósito coletivo.

