A flexibilidade do modelo de trabalho (híbrido, remoto ou presencial) consolida-se como o principal fator na procura de emprego em 2025. Esta é uma prioridade que, na perspetiva de 91,73% dos profissionais de Recursos Humanos, os candidatos já colocam à frente do pacote de compensação e benefícios (86,47%). É o estudo Experiência Digital do Emprego – Tendências e Aplicações que o afirma, desenvolvido pelo Clan em parceria com o IIRH.
Apesar disso, o estudo revela um desalinhamento entre a perceção dessa tendência e a prática. Embora as empresas identifiquem a flexibilidade como a nova prioridade do talento, apenas 47,83% das organizações a destacam como um dos elementos que mais impactam positivamente os colaboradores, muito atrás de outros elementos da experiência digital como o ‘Acesso fácil e rápido a informações’ (73,19%) e a ‘Automação de processos administrativos’ (57,97%).
Transformação digital a duas velocidades
Em contraste com esta procura por modelos de trabalho modernos, o estudo revela um grande atraso na digitalização da experiência do colaborador por parte das empresas e uma baixa adoção de tecnologia na jornada do trabalhador. Mais de 90% das organizações admitem não usar tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial, em momentos tão críticos como o onboarding de novos colaboradores (92,03%) e o processo de offboarding (90,58%).
O estudo aprofundou os motivos por trás desta transformação digital a duas velocidades. Enquanto a principal motivação para adotar novas ferramentas é a diminuição do tempo na execução de tarefas (88,41%), os maiores obstáculos identificados são o custo e a gestão da mudança (ambos com 62,32%), a par de riscos como a segurança de dados (52,17%) e o receio da perda de humanização (50,72%).
E quais são as competências do futuro?
Este novo cenário exige uma evolução no perfil do profissional de Recursos Humanos, que deverá atuar como um ‘arquiteto da experiência do colaborador’. Questionados sobre as competências do futuro mais valorizadas, os inquiridos apontam a capacidade de análise de dados (People Analytics) como a mais crítica (65,94%), seguida pela adaptação à mudança (39,13%) e pelo conhecimento em automação e IA (38,41%).
«Estes números são um apelo à ação. A tecnologia não pode ser vista apenas como uma ferramenta de eficiência, mas como um investimento estratégico no nosso ativo mais valioso: as pessoas», afirma Eduardo Marques Lopes, Diretor de Marketing e Comunicação do Clan. «O estudo prova que a flexibilidade é a nova moeda de troca para atrair talento e que as empresas devem usar a tecnologia com intencionalidade, para construir uma cultura de confiança e crescimento. O nosso papel no Clan é ajudar os líderes a serem os arquitetos desta nova experiência de trabalho», concluiu.
De acordo com as conclusões do estudo, que inquiriu 128 profissionais de Recursos Humanos em Portugal, maioritariamente Diretores de RH e Técnicos Especializados, o futuro pertence às organizações que olharem para a digitalização não como um fim, mas como o meio para desenhar um ambiente de trabalho mais humano, flexível e gratificante.



