A menopausa tem-se tornado num tema no local de trabalho, na medida em que muitas mulheres sentem consequências que afetam o seu dia-a-dia. A Forbes revelou que 92% das mulheres com idades compreendidas entre os 50 e os 65 anos sentiram um ou mais sintomas da menopausa no último ano.
Desta amostra de mulheres, 40% afirmou que a menopausa interferiu com o seu desempenho profissional pelo menos uma vez por semana e 17% admitiu ter abandonado ou ponderado abandonar o seu emprego devido aos sintomas da menopausa.
Apesar deste panorama, a maior parte das mulheres não é vocal sobre estas questões devido aos estereótipos que acarretam. Especificamente, mais de 87% das mulheres inquiridas afirmaram não ter falado com a entidade patronal ou com os chefes sobre os sintomas da menopausa. 65% afirmou que o seu local de trabalho não dispunha de adaptações para a menopausa.
De acordo com a Korn Ferry, existe mesmo uma correlação entre os efeitos negativos da perimenopausa (período de transição que dura normalmente quatro a oito anos) e menopausa e os resultados da progressão na carreira, incluindo promoções e bónus. O absentismo e a rotatividade também foram afetados negativamente, sendo que os cargos de chefia sofrem o maior impacto.
Como podem (e devem) agir as organizações
De acordo com a Forbes, as mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 64 anos representam mais de 17% da população ativa dos EUA. As mulheres entram normalmente na menopausa entre os 40 e os 58 anos de idade, com uma perimenopausa que pode durar normalmente quatro a oito anos.
Os sintomas mais frequentes desta transição podem incluir afrontamentos muitas vezes debilitantes, insónias, suores noturnos, dores de cabeça, fadiga extrema, dores nas articulações, rigidez muscular, períodos irregulares e abundantes, alterações de humor, ansiedade, entre outros.
As entidades patronais devem começar por auditar as suas políticas, práticas e benefícios internos para garantir que a perimenopausa e a menopausa são tratadas de forma adequada.
As organizações devem também assegurar que os gestores e os profissionais de recursos humanos recebam formação para se envolverem num “processo interativo” com os trabalhadores, conforme exigido pela legislação sobre deficiência ou outras condições de saúde, para identificar adaptações razoáveis para os sintomas da menopausa.
Mais importante ainda, os empregadores devem promover uma cultura organizacional que não estigmatize a menopausa. Isso inclui investir em formação no local de trabalho referente às realidades biológicas de como o ciclo menstrual e condições relacionadas podem afetar o dia-a-dia das mulheres.