Mais de metade por portugueses (62%) referem ter dificuldades no pagamento de bens e serviços e cerca de 17% afirmam não ter capacidade para suportar despesas extra.
Estas são parte das principais conclusões da análise do Poder de Compra dos portugueses que ainda revela que tendo em conta o rendimento dos agregados familiares, 54% conseguem satisfazer as necessidades básicas, mas com dificuldades.
O estudo do Observador Cetelem foi realizado através de um inquérito online, entre 30 de abril e 8 de maio de 2024, num total de 1000 entrevistas, representativas da população portuguesa, a indivíduos entre os 18 e os 74 anos, residentes em Portugal Continental.
Principais conclusões
São 38% os que dizem conseguir satisfazer as necessidades básicas de forma confortável, e é na faixa etária dos 45 aos 54 anos que se sente maiores dificuldades, sobretudo na região do Porto.
No total, 62% referem ter dificuldades no pagamento de despesas, sendo que 58% dos inquiridos têm dificuldade em pagar despesas variáveis (alimentação, transportes, entre outras); 41% a mensalidade da casa; e 40% despesas fixas, como água ou luz. Dos que afirmam não ter capacidade para suportar despesas extra (17%) e, entre os que conseguem, a média do valor não ultrapassa os 600 euros.
A média de rendimento mensal líquido do agregado dos inquiridos situa-se nos 1 878 euros. No entanto, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador em Portugal, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), será inferior, de 1443 euros, apesar de ter aumentado 6,1% nos primeiros três meses do ano, face ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o estudo, 48% deste valor é afeto a despesas fixas; 38% a despesas variáveis e apenas 14% é destinado a poupanças. É na faixa etária dos 45 aos 54 anos que é alocado um maior valor para despesas fixas (50%).
Num outro estudo, o Barómetro Europeu, mostrou-se que 81% dos portugueses afirmavam que os preços subiram “significativamente”, principalmente na alimentação (66%), nos gastos com a energia (53%), nas despesas com a habitação (50%) e nos transportes (48%).



