Comunicação e inteligência artificial estão intrinsecamente ligadas. A comunicação desempenha um papel fundamental tanto na teoria e pesquisa da inteligência artificial (IA) quanto na prática da sua utilização. Com efeito, a comunicação fornece à ciência da IA os casos de teste essenciais e as evidências experimentais necessárias. Um exemplo relevante é o artigo de Alan Turing, «Computing Machinery and Intelligence», que é amplamente citado e creditado por (re)definir a inteligência das máquinas.
Por outro lado, os avanços recentes em equipamentos autónomos, algoritmos de aprendizagem e sistemas inteligentes apresentam amplos desafios e inúmeras oportunidades para os estudos em comunicação. Lidar com as inovações e com as suas consequências exigirá uma reavaliação significativa da disciplina e, sobretudo, do seu tradicional enfoque antropocêntrico, da teoria instrumentalista da tecnologia e das ideias filosóficas contemporâneas.
O termo «inteligência artificial» foi cunhado em 1957, numa conferência académica organizada por John McCarthy no Dartmouth College. Porém, foi o artigo de Alan Turing, publicado em 1950, e o seu famoso «jogo da imitação» (também conhecido como “Teste de Turing”), que estabeleceu e identificou o campo que é, agora, uma tendência inegável dos nossos dias. No Teste de Turing, o computador desempenhava um duplo papel: como meio (canal) para a troca de mensagens entre os interlocutores humanos; e como um dos participantes com quem (ou com “o que”) o outro interage nesses intercâmbios interativos.
Ao longo das últimas décadas, os estudos nas Ciências da Comunicação mostraram pouco interesse no âmbito abordado por Turing e abordaram a questão de forma superficial, optando por interpretar e analisar os equipamentos tecnológicos, apenas como um meio (um “canal”) de interação comunicativa. Esta é a abordagem totalmente alinhada com a teoria instrumental da tecnologia, que a considera apenas como uma ferramenta para atividades humanas. Estas abordagens tradicionais têm, necessariamente, um sucesso inegável.
Não obstante, creio que não souberam aproveitar uma oportunidade crucial, identificada originalmente por Turing e confirmada empiricamente por Reeves e Nass: a realidade hoje mostra-nos que um equipamento eletrónico não é só um meio de atividade humana, mas também pode ser um participante ativo e singular nas nossas interações de comunicação.
GPT, Bing, Midjourney, Stockimg.AI, Krisp.AI, Synthesia, Wordtune, Jitter. Video… são apenas algumas das aplicações mais reconhecidas. Se consigo, hoje, manter uma conversa “inteligível” com uma máquina – máquina com o qual estou, neste momento, a redigir este texto de opinião –, acredito que num futuro muito próximo estarei também a poder ter uma interação “social” com esta mesma máquina.
A tecnologia e a IA deixarão de ser apenas instrumentos usados pelos humanos para se comunicarem uns com os outros. Creio que ocuparão, rapidamente, a posição de atores sociais com quem nós iremos comunicar, interagir e relacionar. Entretanto, é inevitável iniciar, desde já, a pesquisa e a identificação de questões fundamentais relacionadas com a responsabilidade social e ética. Há 20 anos estas discussões pertenciam somente ao domínio da ficção científica. Em 2023 fazem parte da realidade social. O desafio para os próximos anos é, portanto, decidir como a teoria da comunicação irá responder e lidar com esses novos desafios e oportunidades sociais e relacionais.
Para estar a par destes e outros avanços tecnológicos por vir, é fundamental estarmos equipados com os melhores dispositivos no mercado. Contudo, a pressão consumista e que os novos equipamentos podem trazer não nos deve desviar de um trajeto com vista à sustentabilidade tecnológica. Afinal, o verdadeiro passo em frente é aquele que é dado com a menor pegada ecológica.
Desta forma, a adoção de equipamentos recondicionados tornou-se uma quase obrigação nas nossas rotinas. A este ponto, todos os mitos em volta destes dispositivos foram praticamente todos desmentidos. Um computador ou smartphone recondicionado tornou-se não só numa opção mais barata como também mais duradoura junto dos consumidores, uma vez que a legislação estendeu a garantia destes equipamentos para 3 anos. Na iServices, por exemplo, poderá escolher um iPhone Recondicionado, um Samsung Recondicionado ou mesmo MacBooks, iPads ou Apple Watches como novos, não só a um preço mais acessível, como também funcionam de igual forma que um equipamento novo.
Afinal de contas, é num ambiente de democratização no acesso à melhor tecnologia que não só avançamos, como avançamos todos juntos.
Este artigo faz parte do tema de capa “Human Leadership: Reset, Rebirth and Reinvent Ourselves” publicado no dossier Leading Tech na edição de verão da revista Líder.