O regresso às aulas em 2025 vai pesar mais no bolso das famílias portuguesas. Segundo o Observador Regresso às Aulas 2025, estudo do Cetelem (BNP Paribas Personal Finance), o gasto médio por estudante deverá subir para 604 euros, mais seis euros do que no ano passado. Só em material essencial, a estimativa é de 164 euros.
No entanto, apesar da contenção, os sinais de confiança financeira aumentaram: 28% dos encarregados de educação dizem sentir-se em melhor posição para enfrentar as despesas escolares (contra 24% em 2024). A maioria (50%) considera que a situação se mantém igual.
Compras presenciais voltam a dominar
As famílias continuam a preferir as compras presenciais: 48% optam por lojas físicas e 41% por uma combinação de online e presencial. Tal como papelarias e lojas especializadas lideram as escolhas (73%), seguidas de hiper e supermercados (65%).
Na lista de intenções de consumo, o material essencial lidera (88%), seguido por vestuário e calçado (84%), material de apoio didático extra (76%) e equipamento para educação física (75%). Em resultado, material artístico caiu para 55%. Apenas 30% equacionam comprar computadores — com um gasto médio previsto de 653 euros — menos sete pontos percentuais do que em 2024.
Estratégias de poupança e perceção financeira
A contenção continua a marcar a preparação do ano letivo. 66% das famílias dizem comprar apenas o necessário, 63% aproveitam promoções e 57% reutilizam material escolar.
No que toca à perceção financeira, há sinais de recuperação: 8% dos encarregados de educação avaliam a sua situação como excelente (vs 6% em 2024) e 26% como boa (vs 23%). Já a avaliação moderada desceu para 45% (vs 51%), enquanto 15% classificam como fraca e 6% como péssima.
Assim, as poupanças existentes vão ser usadas por 34% das famílias, enquanto 27% vão criar uma reserva específica para o regresso às aulas.
Tecnologia: preço, durabilidade e desempenho no topo
Computadores (80%) e smartphones (52%) continuam a ser os dispositivos mais usados pelos estudantes. A maioria dos computadores foi comprada novo (57%) ou cedida pela escola (34%).
A substituição destes equipamentos acontece, em média, a cada dois a cinco anos. O custo elevado (65%) é o maior entrave, seguido da falta de conhecimento técnico (22%). Os critérios mais valorizados são preço, durabilidade e desempenho.
Lei do telemóvel muda padrões de compra
A nova legislação que proíbe o uso de telemóveis até ao 6.º ano já é conhecida por 88% dos pais e encarregados de educação. Em muitas escolas, a medida já estava em prática: 27% aplicavam a regra integralmente e 35% tinham restrições parciais. Agora, 25% vão adotar a medida pela primeira vez.
O impacto nas compras é direto: 15% dos encarregados de educação afirmam que esta lei vai influenciar a decisão de não adquirir um smartphone para o seu educando.



