Setembro é o mês do regresso à escola, o que pode ser um sinónimo de mais despesas para os encarregados de educação. A maior parte das famílias (61%) espera gastar, este ano, entre 50€ e 150€ com material escolar por filho e apenas 8% estima gastar menos de 50€. Já 17% prevê despesas entre 150€ e 200€ e 14% aponta para mais de 200€.
Estas conclusões dizem respeito a um estudo realizado pela ConsumerChoice, com o objetivo de analisar a gestão dos custos associados ao regresso às aulas em 2024 pelas famílias portuguesas.
A maioria dos inquiridos afirma ter filhos em idade escolar, sendo que 63% tem apenas um filho e 32% tem dois. Em comparação com anos anteriores, 44% dos indivíduos espera gastar o mesmo valor este ano, enquanto 41% acredita que vai gastar mais e 8% pretende gastar menos.
Estratégias para poupar no material escolar
Para conseguir reduzir estes custos, os consumidores revelam que as estratégias utilizadas incluem aproveitar as promoções ou saldos (42%) e reutilizar o material do ano anterior (36%). Outros métodos passam por utilizar material antigo de familiares ou amigos (14%), comprar material em segunda mão (8%) e comprar papelaria na escola (0,21%).
No que diz respeito aos artigos mais reutilizados, estes são: mochilas (20%), estojos (19%), calculadoras (17%) e canetas e lápis (17%).
Relativamente ao nível de preocupação com os gastos, 46% dos inquiridos indica estar preocupado, 24% expressa indiferença e 21% declarar estar tranquilo. De forma a conseguirem cobrir as despesas associadas ao regresso às aulas, as famílias planeiam principalmente reduzir os gastos em viagens e férias (26%), entretenimento (21%) e restauração (20%).
Comparando com anos anteriores, 50% dos indivíduos considera o nível de stress relacionado com os gastos escolares igual, 39% afirma estar mais stressado e 12% indicar sentir-se mais tranquilo.
O regresso às aulas está a ficar mais caro
Nos últimos anos, a maioria dos consumidores sente que os custos com material escolar aumentaram, sendo que 22% aponta para a existência de um crescimento significativo e 52% um aumento ligeiro.
17% acredita que os custos permaneceram os mesmos, enquanto 7% notaram uma pequena diminuição. Adicionalmente, 47% dos entrevistados revela também que antes da pandemia se gastava muito menos com material escolar e 20% gastava um pouco menos. Ainda assim, 15% afirma que despendia do mesmo valor e 13% gastava um pouco mais.
Atualmente, 52% dos inquiridos acha que tem sido mais difícil gerir os custos de material escolar, face aos anos antecedentes e 33% afirma estar igual. No que diz respeito ao futuro, 57% dos consumidores aguarda por um aumento contínuo dos custos com material escolar, 24% espera estabilidade, 13% prevê uma redução dos custos e 6% tem dificuldade em prever.
O mês do regresso às aulas é um dos momentos em que os gastos das famílias tendem a ser mais elevados, uma realidade que ficou também mais aparente com o aumento do custo de vida nos últimos anos. Foi a pensar nisso que desenvolvemos um estudo que identifica as estratégias de poupança adotadas pelos consumidores, em relação aos anos anteriores, para manterem as suas finanças equilibradas. Trata-se assim, de uma visão detalhada das mudanças nos hábitos de consumo das famílias portuguesas, de forma a entendermos melhor as tendências e desafios enfrentados no contexto atual.
Cristiana Faria, Diretora de Marketing da ConsumerChoice