Mais de seis em cada dez colaboradores em Portugal sentem-se motivados no trabalho e confiantes no futuro. Também acreditam ter as ferramentas certas para realizarem o trabalho. Já em comparação com a realidade europeia, os portugueses apontam a necessidade de melhorias na eficácia com que o trabalho é organizado. Acrescenta-se ainda terem mais incertezas sobre as decisões da direção e a eficácia na gestão das empresas.
São metade (50%) os portugueses que olham para a empresa como uma organização bem gerida e corretamente administrada, valor abaixo dos 54% dos congéneres europeus. Quando questionados se a liderança se esforça por obter contributos, ideias e opiniões dos colaboradores, 51% dos inquiridos nacionais concordam com essa afirmação, perante 54% dos europeus.
Mais de metade (61%) dos inquiridos em Portugal considera que os líderes promovem a comunicação de informações importantes, mesmo que se trate de más notícias. E sobre o futuro, os colaboradores portugueses revelam-se confiantes (78%) e em linha com o valor registado na Europa (76%).
O estudo “Norms Insights 2024” apresenta um conjunto de resultados sobre dinâmicas laborais. Foram ouvidas 956 empresas e 8,4 milhões de colaboradores, sendo apresentada uma análise comparativa das perceções dos colaboradores portugueses face aos europeus em vários subtemas: cultura e liderança; confiança no futuro, relação com as chefias; cooperação; remuneração e benefícios; diversidade e inclusão e bem-estar dos colaboradores, eficiência operacional; são algumas delas.
Analisando o tópico da eficiência operacional, 69% dos colaboradores portugueses dizem sentir que dispõem das ferramentas e recursos adequados para fazer o seu trabalho corretamente (69% na Europa). Embora apenas
51% dos inquiridos em Portugal considere o trabalho bem organizado no seu local de trabalho (53% na Europa).
Apenas 31% dos portugueses considera ser remunerado de forma justa
Quanto à remuneração e benefícios, os colaboradores nacionais são mais favoráveis à remuneração por desempenho (43%) e ao seu pacote de benefícios (68%) do que os seus colegas europeus (41% e 64%, respetivamente). Apesar disso, existe uma grande diferença em termos de remuneração justa: apenas 31% dos portugueses considera que é remunerado de forma justa, face aos 49% de congéneres europeus.
Na relação com as chefias, os portugueses são ligeiramente menos positivos em relação aos seus gestores do que os outros europeus. 71% dos inquiridos em Portugal indica que o seu líder direto dá feedback que ajuda a melhorar o desempenho (72% na Europa). Valor que desce para 68% quando se trata de avaliar se tem apoio no seu desenvolvimento profissional (70% na Europa). Nota para o facto de 73% dos inquiridos nacionais indicarem que podem exprimir as suas ideias e opiniões sem receio de consequências negativas, valor acima do registado na Europa (67%).
Os portugueses têm opiniões diferentes entre a cooperação na empresa (74%) e a sinergia entre diferentes departamentos (50%), e estão ambas abaixo das pontuações da Europa (77% e 55%). Por sua vez, os colaboradores nacionais sentem-se mais capacitados (75%) do que os seus colegas europeus (72%). .
No que diz respeito ao desenvolvimento da carreira, em comparação com a Europa (77%), os colaboradores em Portugal são mais negativos (72%) quanto à utilização das suas competências e potencialidades profissionais. Mesmo assim estão mais satisfeitos com os seus percursos (56% face a 52% na Europa) e objetivos de carreira (60% face a 58% da Europa).
Portugal está abaixo da norma europeia no que respeita a tratar as pessoas de forma justa
No que concerne à Diversidade, Equidade e Inclusão, Portugal está abaixo da norma europeia no que respeita a tratar as pessoas de forma justa (76% face a 80% na Europa). No que toca a proporcionar um local de trabalho sem discriminação também cede para a Europa (76% face a 83%).
Na componente de bem-estar dos colaboradores, Portugal está ligeiramente acima da Europa em termos de equilíbrio trabalho/vida pessoal (67% face a 66% na Europa) e carga de trabalho (64% face a 62% na Europa). Está, no entanto, ligeiramente abaixo em termos de stress no trabalho (69% face a 71% na Europa) e de preocupação da empresa com o bem-estar dos seus colaboradores (54% face a 56% na Europa).