Os três pilares que estão a redesenhar o futuro das organizações
A relação entre gestão da mudança e resiliência organizacional está longe de ser uma novidade, mas raramente foi tão crítica como agora que a incerteza se parece ter instalado no nosso quotidiano. Segundo a Harvard Business Review, cerca de 70% das iniciativas de mudança falham. Contudo, este não é um desfecho inevitável e o coaching pode ser determinante para os resultados.
O coaching assume um papel transformador, funcionando como catalisador para a mudança sustentável, e rompendo com os modelos onde se decide, implementa e espera que todos alinhem, oferecendo algo mais valioso: a escuta, a reflexão e o crescimento conjunto. Bem aplicado, o coaching ajuda líderes e equipas a olhar para a mudança não como ameaça, mas sim como uma oportunidade.
Além de ferramenta de desenvolvimento individual, o coaching tem-se afirmado como uma alavanca estratégica para as organizações. O seu impacto sente-se em fatores determinantes para a construção de uma cultura de resiliência organizacional sustentada: Potencia competências e liderança, contribui para um ambiente de maior compromisso, reduz o risco de burnout e fortalece redes de confiança.
Neste sentido, importa clarificar o que se entende por resiliência. Não se trata apenas de “aguentar o embate” e persistir; uma organização resiliente adapta-se, aprende, reconfigura-se com agilidade e, sobretudo, evolui. Segundo dados da Gallup, empresas com culturas resilientes são 21% mais produtivas e têm menos 41% de absentismo. À luz destes dados, faz sentido ajustar a forma como lideramos. Mas de que forma pode o coaching ajudar?
O investimento em coaching na organização pode aumentar o engagement das equipas e contribuir para a redução do turnover ao promover uma cultura de abertura e confiança, reforçar a autenticidade da liderança e valorizar o erro como parte integrante do processo de aprendizagem. Com isso, os líderes estão a criar e proporcionar ambientes onde pedir ajuda é visto como sinal de maturidade e crescimento, reforçando assim laços de colaboração e motivação que são essenciais para o sucesso sustentável das organizações. O coaching troca o controlo e a imposição pela criação de segurança psicológica. E onde há segurança, há espaço para inovação, experimentação e progresso.
Em diversos contextos organizacionais, mudanças como a introdução de novas tecnologias ou processos pode gerar medo, resistência e bloqueios entre os colaboradores. A introdução do coaching tem demonstrado ser eficaz na dissipação dessas ansiedades, transformação de atitudes e na aceitação da mudança. Este processo contribui para criar culturas organizacionais mais abertas, ágeis e preparadas para enfrentar desafios futuros com maior confiança e resiliência.
Atualmente, o coaching assume um papel estratégico que vai além do desenvolvimento de competências, é um processo de desenvolvimento de consciências. E é esse tipo de consciência coletiva que eleva a resiliência, convertendo-a numa vantagem competitiva real, mensurável e tangível no quotidiano das organizações.
Este artigo foi publicado na edição nº 31 da revista Líder, cujo tema é ‘Decidir’. Subscreva a Revista Líder aqui.