O aumento alarmante da obesidade condiz com a previsão de que 51% da população mundial, cerca de quatro mil milhões de pessoas, vá viver com excesso de peso em 2035. Dados da Federação Mundial de Obesidade estimam ainda que 3% do PIB mundial terá o impacto económico desta epidemia.
Com base em dados e estudos de todo o mundo, o World Economic Forum investigou a implementação nacional de programas de prescrição de vegetais e frutas. A aplicação destes programas em adultos, dos 40 aos 79 anos, nos EUA, com diabetes e insegurança alimentar, traria os seguintes benefícios:
– Prevenir 292.000 eventos de doenças cardiovasculares;
– Acrescentar 260.000 anos de vida, ajustados por um aumento da qualidade;
– Economizar 36,2 mil milhões de euros de custos com cuidados de saúde e 4,4 mil milhões de euros em custos de produtividade ao longo da vida.
Uma crise de saúde maior do que se possa pensar
A crise económica e os aumentos do custo de vida têm empurrado milhões de pessoas para a insegurança alimentar, sendo as populações vulneráveis as mais suscetíveis a consumir uma dieta pobre em nutrientes.
As crianças, especialmente de origens mais pobres, relataram que comeram mais snacks e comida de plástico durante o período pandémico. Também os adultos mais vulneráveis consumiram menos frutas e vegetais durante a pandemia.
Um reforço de dietas mais saudáveis nas escolas poderia colmatar estas falhas e contribuir para a consciencialização para a importância do consumo de mais produtos agrícolas.
O chamado “imposto sobre o açúcar“, e outros mecanismos de fixação de preços, para tornar os alimentos menos saudáveis mais caros, podem ter efeitos mais profundos em domicílios de baixos rendimentos, que têm maior probabilidade de consumi-los.
Prescrições de tempo passado ao ar livre também poderão estar para breve, quer como medida preventiva, quer como tratamento de várias doenças. Ansiedade, stresse e outras doenças mentais podem ser evitadas e melhoradas através de um maior contacto com a natureza.
No Reino Unido, atividades mais físicas têm sido também prescritas, como andar de bicicleta, fazer jardinagem em comunidade ou plantar árvores. Estas atividades contribuem ainda para combater a solidão de algumas faixas etárias.
No Canadá, alguns pacientes têm sido também aconselhados a uma imersão em cultura, como ler mais livros ou ir a museus, para combater várias doenças.